sexta-feira, 29 de junho de 2012
Ele diz que ganhou. Pois que leve a bicicleta!
quinta-feira, 28 de junho de 2012
O que verdadeiramente interessa (em 11 títulos)
2. Terapia genética mata vício da nicotina em ratinhos.
3. Luís Jardim: a Luciana acredita na reconciliação.
4. Sara Sampaio muda de casa.
5. Seleção nacional recebida em Lisboa como campeã.
6. Merche faz produção sensual um ano depois de ser mãe.
7. Eusébio não vê o Portugal-Espanha e fica nos Cuidados Intensivos.
8. Eusébio viu o Portugal-Espanha e já está no quarto.
9. Retoques no rosto de Letizia já rondam os 3.600 euros.
10. Pippa volta a sentar-se nas bancadas de Wimbledon.
11. ONU cria Dia Internacional da Felicidade.
Assim vai Portugal e o mundo, a fazer fé nos jornais.
Sentido de quê? Vai gozar outro, ó Zorrinho!
O líder da bancada do PS, Carlos Zorrinho, diz que o deputado socialista Ricardo Rodrigues demonstrou "sentido de responsabilidade" ao demitir-se da direcção do grupo parlamentar, depois de ter sido condenado por roubar os gravadores de dois jornalistas da revista Sábado. Sentido de responsabilidade? Sentido de responsabilidade é não roubar nada a ninguém, porra! Rodrigues devia era ter deixado o Parlamento mal pôs a pata na poça. Esperar pelas decisões dos tribunais e só então tomar semiatitudes é um jogo de hipocrisia política que já mete nojo.
Olá, cá está ele!
Foto Hernâni Von Doellinger |
A Anémona da Olá está de novo completa. Foi finalmente recolocado o reclame dos gelados Olá roubado por vândalos da arte e património no final do Verão passado, como aqui oportunamente denunciei. Já não é, infelizmente, o original e imenso lençol de plástico que tanto sucesso fazia junto dos admiradores estrangeiros do famoso Olá's Monument (como consta nos melhores roteiros turísticos internacionais), mas um delicado baixo-relevo talhado na própria relva. Também está bem. O que se perde em espectacularidade, ganha-se em prevenção e segurança: para roubar este, é preciso levar o jardim.
Janet Echelman, a norte-americana autora do conjunto escultórico, deve dar pulos de contente com o regresso a casa da peça basilar do seu trabalho. E a Bandeira Azul, embora com algum atraso, vai de certeza ser imediatamente devolvida à Praia de Matosinhos.
(Ler mais em A anémona da Olá)
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quarta-feira, 27 de junho de 2012
O ténis, essa asseada modalidade
Festas da Senhora de Antime
As Festas do Concelho de Fafe são já na próxima semana, de quinta-feira a domingo (5 a 8 de Julho). Clique aqui para conhecer o programa completo.
terça-feira, 26 de junho de 2012
O bebé que era sedentário, mas a mãe não queria
Estacionaram o carro junto à praia. A mulher saiu, morena e roliça, num refrescante vestido branco comprido à mãe-de-santo. O homem foi ao banco de trás buscar o filho e pousou-o no chão. O miúdo não gostou. Era ainda um bebezinho dos primeiros passos que quase não se tinha em pé. Se calhar por isso, sentou-se no empedrado, abriu as goelas e chorou o seu protesto. A mãe procurou por quem passava, era eu, e ralhou pedagógica e mansamente ao petiz, naquele português doce do Brasil: - Rodinei, chega! Que sedentarismo...
domingo, 24 de junho de 2012
Passos Coelho é um génio e pronto
"Estivemos a fixar novas metas para o futuro", anunciou Passos Coelho no final de um extraordinário conselho de ministros extraordinário, na sala de baile do Palácio da Ajuda. O alegado primeiro-ministro de Portugal é um génio: ele sabe que não se fixam metas para o passado. Sobretudo se as metas forem novas.
A Justiça é cega. A ministra também.
sábado, 23 de junho de 2012
O meu Santo António, em honra do São João
Para que não pensem que a minha memória exagera, deixem-me contar-lhes o seguinte: no nosso Santo António até tínhamos altifalantes, que o Zé da SIF arranjava e aquele pedaço de Fafe regalava-se a ouvir o "Tango dos Barbudos", o "Fado das Trincheiras" e o "Je T'Aime Moi Non Plus", que era proibido e eu nunca percebi o que é que estava ali a fazer. O Zé da SIF é irmão do Armando Perrinha, e eles mais o Zé Maria, que foi comando no Ultramar, a Dina e a Luísa são filhos do Agostinho Cachada e da Senhora Laura, família quase minha, vizinhos do coração e gente do melhor que pode haver.
Os discos deviam ser poucos. O "Tango dos Barbudos", parece que lhe estou a ver a capa, tocava vezes sem conta e o "Se eu morrer na batalha só quero ter por mortalha a bandeira nacional", do Fernando Farinha fardado, fazia a rua inteira chorar, não sei se por causa do Zé Maria já estar na guerra. Dessa parte não me lembro bem. Lembro-me é que nem com o "Je T'Aime" se me arrebitava o pirilau, também não sei se por medo de ir preso ou por o meu corpo ainda não ter idade para semelhantes acrobacias.
Tínhamos foguetes também. Eram foguetes de três-croas, foguetes envergonhados, quase peidos, se me dão licença, géu, trás, trás, adeus e até ao próximo. E tínhamos girândolas e diabos-encaixados. Tudo comprado no Rates, mais ou menos onde está agora escondido o monumento à Justiça de Fafe. Quase tudo comprado no Rates, devo corrigir-me: na verdade, íamos em bando para nos aproveitarmos das distracções do homem, a antipatia enfiada numa larga bata de sarja cinzenta e com manguitos, e metíamos ao bolso tudo o que lá coubesse. Levávamos muitos bolsos e o mais certo é que o Senhor Rates até fosse boa pessoa.
Estávamos portanto no Santo Velho, quando a minha rua era um largo de terra e tílias e nem desconfiava que um dia havia de ser uma estrada com semáforos e tudo. Hoje a nossa cascata seria multada por estacionamento proibido.
(Parte do texto A Festa da Bomba, que escrevi e publiquei no passado dia 22 de Abril)
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O choque é chique
Jorge Moreira da Silva, vice-presidente do PSD e jovem senador da Nação, diz que "Portugal está a precisar de um choque de empreendedorismo". Eu, que não percebo nada de electricidade e a língua enrola-se-me nas palavras difíceis, digo que Portugal está a precisar de comida.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Se não fosse o PS, estávamos bem lixados
Já se adivinham novos impostos sobre quem não tem dinheiro nem emprego, nem razão nenhuma para pagar impostos. Fala-se do imposto de sobrevivência: respira, paga! Os funcionários públicos poderão ficar sem o 12.º mês. As reformas serão ultracongeladas e os reformados também. José Luís Arnaut vai para administrador da REN. Miguel Cadilhe, Eduardo Catroga, António Mexia, Faria de Oliveira, Jorge Coelho, Ferreira do Amaral, Armando Vara, José Penedos, Dias Loureiro, Mira Amaral, Pina Moura, Ângelo Correia, Fernando Gomes, Celeste Cardona, António Vitorino e mais alguns do exclusivíssimo Clube dos Sempre os Mesmos também lá vão andando, sabe Deus como.
Salva-nos o PS, que está "intransigentemente contra qualquer tentação de agravar a dose de austeridade" na sequência dos números ontem divulgados. O PS não é para brincadeiras: depois da "abstenção violenta", agora "intransigentemente contra". O PS gosta de palavras. Um dia destes ainda faz qualquer coisa.
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Duarte Lima está em todas
O ex-deputado social-democrata Duarte Lima recebeu, em 2002, um milhão de euros do contra-almirante Rogério d’Oliveira, nos entrefolhos do negócio da compra de dois submarinos pelo Governo português (PSD/CDS) a uma empresa alemã. De acordo com o semanário Sol, que avança a notícia, a descoberta terá sido feita pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal e resultou do cruzamento de dados de três processos: Operação Furacão, Rosalina Ribeiro e Monte Branco. Duarte Lima e o contra-almirante foram constituídos arguidos, por existirem fortes indícios de crimes de branqueamento de capitais, tráfico de influências e fraude fiscal, acrescenta o Sol.
Pois é. O negócio dos submarinos comprados por Paulo Portas (lembram-se?) é cada cavadela cada minhoca. E o cavador trabalha com pinças. Agora imagine-se que lhe passam uma retroescavadora para as mãos...
Pois é. O negócio dos submarinos comprados por Paulo Portas (lembram-se?) é cada cavadela cada minhoca. E o cavador trabalha com pinças. Agora imagine-se que lhe passam uma retroescavadora para as mãos...
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quinta-feira, 21 de junho de 2012
O Relvas estava lá
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Morreu mas está bastante melhor
"Morreu Hosni Mubarak", sentencia o Expresso. Mas o "estado de saúde do ex-presidente egípcio melhorou", modera o Correio da Manhã. Costumava ser ao contrário.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Sim, é vigarice. E já alguém foi preso?
O Largo do Rato e o saco de gatos
Foto Hernâni Von Doellinger |
Depois das duas derrotas seguidas de Guilherme Pinto em Matosinhos, o PS do Largo do Rato acagaça-se perante tão exuberante demonstração pessoal de falta de apoio das bases, como se diz em política, e procura outro candidato para as eleições autárquicas do próximo ano. Pinto leva a mal, esperneia, agarra-se ao tacho com quantas mãos tem e, em desespero de causa, organiza uma tainada com apoiantes onde anuncia que vai concorrer como socialista independente. Contra o PS.
Após dois bem sucedidos mandatos à frente da Junta da Freguesia de Matosinhos e cavalgando a onda da recente vitória para a Concelhia do partido, António Parada acha que chegou a sua hora de tomar conta da Câmara. O PS do Largo do Rato não concorda, quer alguém mais "ó doutor", as mangas de camisa arregaçadas são como o elefante, incomodam muita gente. Parada não se fica, vai ao mercado, reúne as tropas e apresenta-se a eleições como socialista independente. Contra o PS.
Desiludido com a experiência falhada como deputado e convencido de que o tempo varreu as memórias, Manuel Seabra prepara-se para voltar a casa e à presidência da Câmara, que uma vez lhe caiu no colo. O PS do Largo do Rato pede desculpa ao "ó doutor", mas explica que pretende alguém com a folha limpa. Seabra sente-se desconsiderado, não vai ao mercado e avança para a campanha como socialista independente. Contra o PS.
Cansado da insignificância e de que lhe andem a calcar as couves do quintal, Narciso Miranda regressa à luta, ignorando olimpicamente o Largo do Rato. Ele é que é o verdadeiro socialista independente, o Narciso, e vai a votos. Contra o PS, obviamente.
Portanto, resumindo e concluindo: Guilherme Pinto, António Parada, Manuel Seabra e Narciso Miranda são todos candidatos à presidência da Câmara de Matosinhos nas autárquicas de 2013, todos como socialistas independentes, todos contra o PS. O lema geral da campanha é "Cuidado com as Costas, Cuidado com a Faca". O PS arranja um "ó doutor" e ganha. O PSD, como se sabe, não entra nesta história.
Podia acontecer.
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segunda-feira, 18 de junho de 2012
INEM: boas notícias
Obrigado ao INEM.
domingo, 17 de junho de 2012
Guilherme Pinto não ganha uma
E ao 21.º dia deixaram o parque em paz
sábado, 16 de junho de 2012
O rapaz ia chamar-se Porsche Panamera
Trabalhar já não chega. E depois há o desemprego.
O trabalho "deixou de proteger as pessoas da pobreza", tendo-se transformado num "mecanismo de aprofundamento das desigualdades sociais". A prova disto, sustenta o sociólogo Agostinho Rodrigues Silvestre, é que 12 por cento dos trabalhadores portugueses viviam abaixo do limiar de pobreza em 2010. E isto era há dois anos. E em cima disto ainda há os que nem têm emprego e são já quase milhão e meio. É assim que isto está. Agora imaginem que Portugal não estava no bom caminho...
sexta-feira, 15 de junho de 2012
No caminho certo, mas para onde?
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O Castelo do Queijo e o palácio flutuante
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quinta-feira, 14 de junho de 2012
Passos Perdidos ou Triângulo das Bermudas?
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quarta-feira, 13 de junho de 2012
Palavras para quê? É um artista português
Esqueçamos, por momentos, Cristiano Ronaldo. E Miguel Relvas. Puxemos à memória aquele célebre anúncio da televisão a preto e branco com um homem (africano do Império, por sinal) a abocanhar uma cadeira e a fazê-la andar à roda acima da cabeça. Aquilo é que eram dentes fortes, gengivas sãs, boca saudável. E tudo porquê? Porque o artista era um artista português e usava Pasta Medicinal Couto.
Eu, que sou dos tempos áureos do Restaurador Olex, também usei a Couto durante mais de um quarto de século, julgo que inicialmente "receitada" pelo Quinzinho da Farmácia, o "médico" dos pobres de Fafe, o melhor médico de família que Deus ao mundo botou, ainda os médicos de família não tinham sido inventados. Aquela coisa de ser "Medicinal" no nome do meio também me convencia, tenho que confessar. E só a larguei após sucessivas tentativas falhadas para fazer sequer mexer uma cadeira com os dentes e depois de ir ao dentista pela primeira vez na vida, aos 45 anos.
A fórmula da Pasta Medicinal Couto foi registada a 13 de Junho de 1932, fez ontem exactamente 80 anos. Prometia não só lavar os dentes, mas também protegê-los dos malefícios da sífilis e evitar as infecções das gengivas. Em 2001, por imposição das normas comunitárias relativas a este tipo de produtos, a marca foi obrigada a deixar cair a tão sedutora quanto conveniente designação de "Medicinal", passando a chamar-se simplesmente Pasta Dentífrica Couto. Até hoje.
Mas agora há novidades. O principal accionista da empresa Couto, em Vila Nova de Gaia, aproveitou o aniversário para revelar que tem dois pretendentes à compra da marca. Um da área da cosmética e outro do sector farmacêutico, ambos com intenções de "aumentar mais as vendas". O negócio deve ser fechado até 2017. São boas notícias. E hoje em dia as cadeiras também são muito mais leves.
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terça-feira, 12 de junho de 2012
Histórias da Guerra Colonial
A Guerra Colonial é o tema da tertúlia que um grupo de ex-combatentes promove no próximo sábado, pelas 16 horas, no Café Marinho's, n.º 695 da Rua da Alegria, no Porto. A iniciativa, com entrada livre, tem por título "Vem contar a tua história" e permite que qualquer participante dê o seu testemunho, se assim o desejar.
O mote será lançado com uma intervenção do coronel Gaspar Ferreira, militar de carreira presente nas três frentes da guerra, e pelo jornalista Jaime Froufe Andrade, que fará a leitura de uma passagem do seu livro "Não sabes como vais morrer".
O mote será lançado com uma intervenção do coronel Gaspar Ferreira, militar de carreira presente nas três frentes da guerra, e pelo jornalista Jaime Froufe Andrade, que fará a leitura de uma passagem do seu livro "Não sabes como vais morrer".
Paredes de Coura, na paz do Senhor
Foto Hernâni Von Doellinger |
Sábado, dia do meio da chamada Feira Mostra de Produtos Regionais do Alto Minho, em Paredes de Coura. São três da tarde, mas podiam ser da madrugada. O certame encolhe de ano para ano e parece que é cada vez mais frequentado apenas pelos expositores. Adoro esta terra, assim mansa e deserta. Eu, que sou visita. Mas os courenses, que são o que importa, como é que aguentam que tudo lhes esteja a escorrer das mãos?
O homem para certas e determinadas coisas
Paulo Pereira Cristóvão demitiu-se da vice-presidência do Sporting. Dois meses depois de ter sido constituído arguido no chamado "caso Cardinal", de ter pedido a suspensão do mandato e de, passados dias, ter feito marcha-atrás, agora parece que é. A SIC Notícias está a informar que Pereira Cristóvão vai ser ouvido por um juiz, depois de amanhã, por suspeitas de burla, fraude fiscal, participação económica em negócio e peculato. O ex-dirigente sportinguista, segundo aquela televisão, é suspeito de desviar dinheiro do clube.
Godinho Lopes fez asneira quando "escolheu" este vice-presidente e lhe encomendou o pelouro das infra-estruturas e património do Sporting. Sobretudo das "infra-estruturas". Fortemente ligado às claques, Pereira Cristóvão terá parecido ao presidente o homem certo para tratar de certas e determinadas coisas. O Sporting quis ser como "os outros" e não foi campeão. Os tribunais decidirão o resto.
Godinho Lopes fez asneira quando "escolheu" este vice-presidente e lhe encomendou o pelouro das infra-estruturas e património do Sporting. Sobretudo das "infra-estruturas". Fortemente ligado às claques, Pereira Cristóvão terá parecido ao presidente o homem certo para tratar de certas e determinadas coisas. O Sporting quis ser como "os outros" e não foi campeão. Os tribunais decidirão o resto.
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segunda-feira, 11 de junho de 2012
Anthony Bourdain deixou-me ficar mal
São episódios recentes, suponho que da temporada de 2011. No de Macau, que é o que para o caso interessa, a certo passo Bourdain quer saber da herança lá deixada pelos portugueses, nomeadamente na gastronomia, e levam-no ao Restaurante Fernando. É casa de açoriano e é ali que o ex-chef mais famoso do mundo vai provar os dois mais notáveis paradigmas da cozinha tradicional açoriana: as tripas à moda do Porto e a carne de porco à alentejana. Não estou a brincar. Eu nunca mais tenha apetite se não foi assim que Anthony Bourdain referiu depois estes dois pratos no seu programa: a dobrada e o porco com amêijoas como invenções dos Açores.
Confundiram-no ou confundiu-se. Em qualquer dos casos, o bom do Tony não fica bem no retrato. Vê-se que se calhar não se prepara, dá para desconfiar que não pesquisa, que não confirma. É uma celebridade, bebe uns copos e faz ele muito bem, fia-se nos informadores locais, assina por baixo e faz ele muito mal. Percebo agora porque é que comeu bifanas em Lisboa.
Curiosamente, até há quem defenda que a carne de porco à alentejana é um prato de origem algarvia, confeccionado, isso sim, com carne de animais alimentados no Alentejo, mas deslocalizá-lo para os Açores é ir longe de mais. É meter muita água pelo meio. Já quanto às famigeradas tripas, fosse Bourdain aos seus arquivos pessoais e teria facilmente descoberto que, dez anos antes, elas lhe tinham sido apresentadas e explicadas no Porto, o local certo e de nascença.
Salvou-se a alcatra, que também saltou para a mesa do restaurante macaense. A alcatra, sim, pode ser entronizada como o grande contributo da cozinha açoriana para o património gastronómico da humanidade. A alcatra honesta, feita por mão sábia e em alguidar experiente, a alcatra do aroma que chama, do gosto como nenhum outro, da carne a desfazer-se na boca. A alcatra de Vitorino Nemésio, da festa e da fartura. Da partilha.
Melhor do que a alcatra, só a alcatra de peixe. Exactamente, alcatra de peixe. Melhor ainda: a alcatra de peixe de um certo sítio em Porto Judeu, não muito longe de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Que mais querem saber? O Zé do Boca Negra trata os clientes todos por tu? Trata. Dá raspanetes à freguesia? Dá, mas é a única borla. É sportinguista? É, coitado. Fala pelos cotovelos? Fala, fala. Tem quatro. Quatro em cada braço. E a alcatra de peixe? É um fenómeno ainda maior.
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domingo, 10 de junho de 2012
Um campeão no país que encolhe os ombros
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sábado, 9 de junho de 2012
O que Rui Rio diz e o que quer dizer
Rio só quis apontar os faróis para Menezes e para a alegada má gestão autárquica do lado de lá das pontes. O que Rio acha é que quem, segundo o seu juízo, faz fraca figura num sítio não merece ir tentar a sorte noutro. Rio até desafiou o partido: "Estou para ver se o PSD, nas autárquicas, vai ser coerente e deixa de apoiar quem geriu mal". Quem geriu mal, estão a perceber? Me-ne-zes, estão a perceber?, disse Rio sem dizer. Não sei onde é que está a confusão.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Eugénio da Andrade não merecia
Foto RICARDO CASTELO |
A Fundação Eugénio de Andrade, no Porto, foi extinta. Fechou, em Setembro, por falta de apoios e de dinheiro, e já não vai a tempo de emigrar para a Holanda, como o Pingo Doce, ou fugir para o Brasil, como a Leya, em busca de uma cidade e de um país que a mereçam. Creio que a questão que nos deve fazer pensar é exactamente esta e não outra: a Fundação Eugénio de Andrade, no Porto que salvou o Coliseu, teve que fechar portas, apenas seis anos após a morte do poeta; como foi isto possível, nas nossas barbas?
Fala-se de despejos, de intrigas, de mentiras e conveniências mais ou menos declaradas, atiram-se culpas de ida e volta, há conferências de imprensa e ameaças com tribunal. Recuso-me a nomear esta gente, não me interessa quem é quem em cada lado da barricada ou barricadas - autarquia, ex-directores da fundação ou herdeiros de Eugénio de Andrade. Pergunto: em nome de quê ou de quem foram levantadas as barricadas que deram nisto, nesta barracada? Como pode esta gente, agindo de formas tão diferentes e contrárias, dizer toda que está a respeitar "a vontade do escritor"?
O espólio de Eugénio de Andrade pertence, por testamento, à cidade do Porto e está à guarda da Câmara Municipal. Os ex-directores defenderam ontem que o melhor destino a dar ao imóvel que durante 19 anos acolheu a fundação seria criar uma casa-museu dedicada ao poeta, uma Casa da Poesia.
Confesso que, de momento, o futuro do legado físico de Eugénio de Andrade é o que menos me inquieta. O espólio é certamente importante, vale dinheiro, e portanto alguém lhe há-de dar rumo e uso, mal nos desprecatemos. E a casa, palavra de honra que não acredito que a insensibilidade cultural de Rui Rio chegue ao cúmulo de ele não arranjar uma solução que a ligue de modo efectivo e digno ao grande poeta, logo que a poeira assente.
O que me incomoda, de momento, é o circo desnecessário e maldizente montado à volta e em nome do nome e da memória-memória de Eugénio de Andrade. Ele não merecia isto. E merecia mais de nós todos que não fizemos nada.
(No início do ano fizeram de Eugénio de Andrade notícia, por razões que o poeta não merece. E depois Eugénio morreu outra vez. Foi há cinco meses. Publiquei então este texto, hoje enriquecido com a excelente foto do Ricardo Castelo.)
Garotice
O último número do guia de restaurantes Porto Menu tem uma fotografia na capa. A fotografia é de um dos torreões de esquina do Mercado do Bolhão. No torreão está um grafito que diz "RIO ÉS UM FDP". O grafito nunca existiu.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
O velho de Santa Comba não merecia
O bispo Januário Torgal Ferreira comparou Passos Coelho ao ditador António Oliveira Salazar. O que eu acho é isto: o velho de Santa Comba não merecia.
Eu era mais côdea de broa com açúcar amarelo
Fafe era um terra de antonomásias, estoufarto de dizer. No nosso imenso pequeno mundo, tínhamos o Largo, a Avenida, o Monumento, a Recta, o Campo, o Depósito, o Banco, os Serviços, a Bomba, o Jardim, a Quelha, o Santo e o Café, que era o Peludo e que na verdade se chamava Cine-Bar, eventualmente dada a sua proximidade e até uma certa ligação ao Teatro-Cinema e à família Summavielle. Mas cafés, tascos e afins havia muitos. Uma mão-cheia de cafés, e tascos até dar com um pau, para ser mais preciso. Pastelarias, salões de chá ou snack-bares é que nada, até aparecer o Dom Fafe, mesmo no centro da vila, coisa fina e para clientela sem gases. O Dom Fafe, respeitando a tradição, passou a ser "o" Snack-Bar.
Eu era calisto. Calisto televisivo. A preto e branco e com muitos pedimos desculpa por esta interrupção. Para me fazer pagar a moina, o Sr. Avelino do Café, que era o Hoss do "Bonanza" em pessoa menos o chapéu alto, entregava-me umas moedas e mandava-me à cozinha do Hospital buscar uns enormes tijolos de gelo que ele depois partia e metia no barril de tirar finos (imperiais, se lido em Lisboa). No fim do recado dava-me o troco? É o davas. Oferecia-me um pastel? Fodias-te. Eu tinha para aí sete anos, o meu pai ainda não tinha trazido pastéis para casa e o Sr. Avelino punha-me à frente a merda de um cimbalino. Sete anos, e ele dava-me um café (bica, se lido em Lisboa). Se ainda ao menos fosse um cigarro!...
Eu e o Sr. Avelino, o tempo haveria de fazer-nos bons amigos, mas nunca lhe perdoei a desfeita do café.
Não sou de doces. E, dos pastéis que o meu pai trazia para casa, o que eu gostava mais era da festa, do riso. Daquela meia hora extra fora da cama. Da sensação de família e fartura, da felicidade antes do sono. Porque o meu doce preferido era outro: era a côdea de broa, "grande daqui até ao céu", enfiada às escondidas na lata do açúcar amarelo e comida na clandestinidade do fundo do quintal. Subia a um banco para subir à mesa da cozinha para chegar ao armário, abria a lata, passava o pão, fechava a lata e saía dali a cem à hora mas com mil cuidados para não entornar o "recheio". Côdea de broa com açúcar amarelo, isso, sim, era o meu bolo. Havia lá coisa melhor no mundo!? Por acaso até havia: era a gemada. Gemada simples e honesta: gema de ovo batida numa malga com muiiiiiito açúcar. Mas essa só podia ser duas vezes por ano, acho eu, pela passagem de classe e no meu aniversário. Com os ovos, lá em casa, todo o cuidado era pouco. Estavam contados, eram para deitar. E ao açúcar para a broa a minha mãe fechava os olhos. Fazia de conta que não sabia...
Não sou de doces. E, dos pastéis que o meu pai trazia para casa, o que eu gostava mais era da festa, do riso. Daquela meia hora extra fora da cama. Da sensação de família e fartura, da felicidade antes do sono. Porque o meu doce preferido era outro: era a côdea de broa, "grande daqui até ao céu", enfiada às escondidas na lata do açúcar amarelo e comida na clandestinidade do fundo do quintal. Subia a um banco para subir à mesa da cozinha para chegar ao armário, abria a lata, passava o pão, fechava a lata e saía dali a cem à hora mas com mil cuidados para não entornar o "recheio". Côdea de broa com açúcar amarelo, isso, sim, era o meu bolo. Havia lá coisa melhor no mundo!? Por acaso até havia: era a gemada. Gemada simples e honesta: gema de ovo batida numa malga com muiiiiiito açúcar. Mas essa só podia ser duas vezes por ano, acho eu, pela passagem de classe e no meu aniversário. Com os ovos, lá em casa, todo o cuidado era pouco. Estavam contados, eram para deitar. E ao açúcar para a broa a minha mãe fechava os olhos. Fazia de conta que não sabia...
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terça-feira, 5 de junho de 2012
Chegaram e tomaram conta do parque - dia 9
Foto Hernâni Von Doellinger |
No Parque da Cidade há cisnes-mudos, gansos-bravos, gansos-do-egipto, patos-reais, galinhas d'água, galeirões-comuns, guinchos, piscos-de-peito-ruivo, melros-pretos, chapins-reais, pardais-comuns e pegas. Esta é a população oficialmente recenseada. Mas também há coelhos e toupeiras, gatos e cães vadios, pombas e gaivotas, galinhas que eu já as vi, papagaios e outros benfiquistas, corredores, andadores e passeadores afins, rãs, sapos e salamandras, lesmas e caracóis, grilos e gafanhotos, borboletas a certa hora, sardaniscas e lambisgóias, sardões com e sem rabo, espreitas e bicicletas, cavalos-republicanos às vezes, burros de um modo geral.
Por estes dias há também camiões, guindastes e contentores, dezenas de geradores, megapalcos, supertendas, barracas, tonéis de cerveja que hão-de ser cheios e escorropichados vezes sem conta nem medida, toneladas de lixo e pés, decibéis à solta, ameaços de terramotos, aluimentos, quem dera que não chova, Deus queira que não caia. Há vedações e avisos, pedimos desculpa pela interrupção, o parque segue dentro de dias. Quem estiver mal que se mude, prometemos deixar tudo como estava.
Não sei é se aquele fauna toda foi devidamente notificada.
Foto Hernâni Von Doellinger |
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Já não há avançados puros (graças a Deus)
Fotos QUEM ONLINE |
"O ADN da selecção mostra que os golos não são marcados por avançados puros", diz o jornal Público e deixa-me mais sossegado. O meu medo era que fosse ao contrário, mas assim estamos nós bem servidos. Com efeito, se fizesse falta, onde é que nos dias de hoje íamos conseguir arranjar um avançado puro? No atletismo ainda há aquela rapariga americana que tem 29 anos e vai aos Jogos Olímpicos virgem pelo menos da boca para fora, mas avançados não. E quem lhes pode levar a mal? Com o dinheiro que ganham, a toléria que têm e o tesão de farmácia, vão ser puros como? E porquê? Afinal de contas, os outros é que marcam golos. Então força, Cristiano Ronaldo!
Então porque é que isto está a correr tal mal? 3
De que fala Passos Coelho quando diz que a quarta avaliação da troika ao cumprimento do programa de assistência económica e financeira a Portugal decorreu "com bastante sucesso". Mas sucesso para quem quem? Se tudo afinal corre tão bem, porque é que os portugueses estão tão mal.
Então porque é que isto está a correr tão mal? 2
De que fala o ministro Vítor Gaspar quando diz que Portugal "cumpriu todos os critérios quantitativos e objectivos estruturais do quarto exame" da troika? Se tudo corre assim tão bem, então porque é que isto está a correr tão mal?
Chegaram e tomaram conta do parque - dia 8
domingo, 3 de junho de 2012
E o sucesso é: José Sócrates ou Miguel Relvas?
Então porque é que isto está a correr tão mal?
Cavaco Silva está a "colocar toda a energia" no combate ao desemprego.
Cavaco Silva foi "informado em detalhe por quem tem competência" sobre o estado das secretas.
Cavaco Silva espera que o acordo com o Governo ajude a "estabilizar" as autarquias.
Cavaco Silva lembra que a Europa já superou crises que ameaçavam devastá-la.
Cavaco Silva foi "informado em detalhe por quem tem competência" sobre o estado das secretas.
Cavaco Silva espera que o acordo com o Governo ajude a "estabilizar" as autarquias.
Cavaco Silva lembra que a Europa já superou crises que ameaçavam devastá-la.
sábado, 2 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
A sério? E há quem goste?
Foto Hernâni Von Doellinger |
Não se engasgue, Senhor Bispo. Diga mais.
Chegaram e tomaram conta do parque - dia 5
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