quarta-feira, 30 de agosto de 2023
Um tubarão na sopa
P.S. - Hoje é Dia Internacional do Tubarão-Baleia. Bom proveito!
terça-feira, 29 de agosto de 2023
Pó menino e pá menina...
"Pá comida!", escreveu o jovem escultor de areia na caixinha de cartão estrategicamente colocada junto à sua mais recente criação e já com quatro ou cinco moedas pré-depositadas. "Pó caralho!", dizia um papelinho que lá foi enfiado pouco depois não sei por quem.
segunda-feira, 28 de agosto de 2023
O mais alto magistrado
E agora a sério. À séria, se improvavelmente lido em Lisboa. O textinho acima, publiquei-o aqui no Tarrenego! no dia 18 de Maio de 2022, sob o título "Revisãozinha constitucional", e republiquei-o no meu outro blogue, Fafismos, no dia 27 de Novembro de 2022, sob o título "Uma cunha por Luís Marques Mendes". Ora bem. Na sua habitual homilia dominical, na televisão SIC, o ex-presidente do PSD admitiu ontem uma candidatura presidencial "se vir que tem alguma utilidade para o país e um mínimo de condições para se concretizar". Nada mais natural. Luís Marques Mendes há muito que faz o caminho. A presença televisiva, o comentário moderado, a bonomia na crítica, a abrangência de valores, fazem parte. A ida, outro dia, à Festa do Pontal foi mais um passo e a declaração de ontem foram dois. Ontem, tudo muito bem combinado, foi para fazer reserva, para marcar posição. Para mim, grande surpresa será se Luís Marques Mendes não se candidatar a Belém, para suceder a Marcelo, o comentador anterior. Surpresa e desilusão. E também um desperdício. Pelo menos do meu voto, que, então, provavelmente não irá para mais ninguém. Em Fafe, não vejo quem mais possa ser...
sábado, 26 de agosto de 2023
Excelentíssimos senhores jogadores de futebol
Foto enviada por Adelino Teixeira, ex-jogador da AD Fafe |
Esta fotografia, esta extraordinária fotografia que o Adelino Teixeira fez o favor de enviar-me, vai dar-nos pano para mangas. Voltará aqui certamente mais vezes para ser dissecada até à exaustão, porque ela bem o merece, mas por hoje foco-me apenas na primeira coisa racional que me veio à cabeça logo que me passou a emoção de a ter recebido. "Olha-me estes tipos! Olha-me que categoria! Que classe!", pensei, sem me ter apercebido de que tinha falado alto, e a minha mulher acudiu aflita a ver o que era e concordou logo comigo, que nem é a sua especialidade.
Este é um documento de 1966 e apresenta a comitiva da AD Fafe posando nas escadarias de Santa Luzia certamente antes de um jogo contra o Vianense que acabaríamos por perder por 5-0, mas esta última parte não interessa para nada. O Adelino, que consta no retrato, atrás do Gil Lobo e do Costa, quis que eu tivesse finalmente um registo do Nelinho, como era meu desejo antigo, fez-me a gentileza e o grande Nelinho cá está na primeira fila, com o Dr. Marques Mendes, o Barrinhos e o Zeca Barros.
No pólo oposto, lá em cima, ainda dá para reconhecer o menino Berto Dantas na galhofa com o João Americano, realmente um pândego que se ouvia a quilómetros, tanto que até foi para o Riopele. E o Toneca. O Toneca, com quem tive a honra de acamaradar anos mais tarde numas belas saltadas à Pica para despacharmos numa fervurinha dois ou três quartilhos de tinto. O Toneca tomava conta da piscina e eu, moço de 21 ou 22, fazia a secretaria do Fafe. Fechávamos portas e lá íamos de motorizada com aqueles capacetes de plástico cómicos e irrelevantes enfiados na cabeça, o velho Toneca à frente e eu atrás, agarrado a ele. Era ir num pé e vir no outro. Mas isso já é outra história e por acaso dá-me saudades...
A fotografia, que é o que aqui interessa. A fotografia e os jogadores de futebol. Que conjunto perfeito! Um grupo onde nem faltam o motorista da Mondinense nem, espero estar a ver bem, o bom do Silvino, todo tirone. Num tempo em que não havia "fatos oficiais", em que os jogadores corriam por gosto, num amadorismo quase perfeito, assim se apresentavam, asseados por conta própria, os formidáveis representantes da AD Fafe, da vila e do concelho de Fafe, em última instância, por esse país fora. Não me lembrava disto assim, juro. Reparem na magnífica planta destes jovens! Que aprumo! Que pinta! Todos eles, a equipa completa, sem excepção, mas permitam-me que volte ao Costa, porque sobressai. O Costa, que toda a vida foi um homem elegante, em todos os sentidos, olhem bem para ele, é o primeiro da direita de quem vê na segunda fila, façam o favor de notar a presença, apreciem a pose - parece um modelo de catálogo, um artista de cinema. Tomaram muitos...
P.S. - Foto e texto publicados originalmente no meu blogue Fafismos.
sexta-feira, 25 de agosto de 2023
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
terça-feira, 22 de agosto de 2023
Ia-se ao Largo ver os retratos
Os campos nas nossas traseiras, onde hoje está o Pavilhão Municipal, encontravam-se de vago e enchiam-se de moçarada brincalhona e apressada, porque a neve era efémera e sabia-se lá quantos anos depois estaríamos outra vez à espera que ela tornasse. Lembro-me de uma ocasião, um acontecimento: o Foto Victor com os filhos a fazerem uma festa tremenda, e o Foto Victor a tirar retratos atrás de retratos, fotografias sorrateiramente alpinas que depois expôs, algumas, nas montras da loja em frente aos Correios. Foi um sucesso.
Fafe também tinha disto, nomes assim, esdrúxulos. O Sr. Victor era fotógrafo com porta aberta e o estabelecimento chamava-se Foto Victor. Portanto o Sr. Victor passou a chamar-se Foto Victor. Aliás, como o Foto Jóia, mas este no Largo, à beira do Talho, do Romeu e do Fernando da Sede, como quem olha para o Mário da Louça e para a Electra. Foto Jóia era simultaneamente o nome do "estúdio" e do seu proprietário. "Vem aí o Foto Jóia!", dizia-se, e era a coisa mais natural do mundo.
segunda-feira, 21 de agosto de 2023
domingo, 20 de agosto de 2023
O Febras levava tudo à frente
sábado, 19 de agosto de 2023
O Animal e os animais
Foto Hernâni Von Doellinger |
O cidadão Fernando Alves. O Animal, chamam-lhe, ou o Emplastro, que, segundo o Expresso em 2008, foi contratado pelas agências turísticas para acompanhar os passeios pelo menos bêbados de mais de 15 mil finalistas universitários portugueses a Espanha. Quinze mil doutores, em dinheiro de hoje em dia. O extraordinário Emplastro que até foi ao Herman SIC e teve direito a dentes novos, dados por um desinteresseiro benemérito.
O campeonato de futebol está aí outra vez, o fabrico de chouriços em directo na TV também, e o nosso Fernando apresentou-se ao serviço. A televisão sem ele é uma seca, e com ele também, mas o Fernando tem pinta. Tudo voltou, portanto, ao normal. O pior é o defeso. No defeso, como o próprio nome indica, ninguém quer saber se o Fernando é filho do Pinto da Costa ou do Luís Filipe Vieira, ou pai do Frederico Varandas ou sócio do António Salvador, e então o que é que se passa? Isto: o Emplastro monta base à porta de um restaurante de Matosinhos, não sei se convidado ou somente tolerado pela gerência, e abrilhanta, à saída, copos de brutos, hic!, quero dizer, fotos de grupos, gente bem. Nos intervalos das suas pertinentes intervenções (faz cara de Emplastro, só lhe pedem isso), o Fernando deita-se na soleira da porta ao lado e então faz papel de famélico de Calcutá, o que lhe fica um bocado mal, estando ele gordo como um chino. E pede, se vê uma máquina fotográfica, "Uma moedinha, é para comer, é para comer..." - o número do costume. Não sei quem é que actualmente lhe está a cuidar da imagem e da carreira, o superagente Jorge Mendes não é de certeza, mas há ali qualquer coisa que não bate certo. Eu sei, já disse, é no defeso, mas isso não explica tudo.
Posso dar um palpite? Posso e é o seguinte: ninguém vai querer saber do Emplastro, quando o Fernando estiver deitado na soleira e for a sério (à séria, se lido em Lisboa). Quem ousará sobressaltar-se quando o Animal for realmente abandonado?...
Aquela altura do ano
P.S. - "Portugueses já gastam mais com cães do que com bebés", dizia a capa do semanário Expresso, em Outubro de 2011. Hoje é Dia Internacional do Animal Abandonado. O abandono de animais é considerado crime, o abandono de pessoas às vezes também. E está certo.
sexta-feira, 18 de agosto de 2023
quarta-feira, 16 de agosto de 2023
A tona
Uma ponte para a eternidade
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Foto Ana Luísa Alvim, CML |
segunda-feira, 14 de agosto de 2023
domingo, 13 de agosto de 2023
Antigamente era por épocas
A vida não é só bacalhau. Mas podia ser!
sábado, 12 de agosto de 2023
A cara com a careta
Ele tinha uma memória de elefante. E de tromba, verdade seja dita, também não estava mal servido.
Se um elefante
Celebra-se hoje o Dia Mundial do Elefante. Pegue no seu, tire-o da sala, faça-o sair de casa, leve-o a apanhar ar, a dar um passeio, a ver as montras. O dia é dele, caramba! Deixe-o entrar numa loja de porcelanas. Os elefantes adoram.
sexta-feira, 11 de agosto de 2023
No acto
P.S. - Hoje é Dia do Garçom. No Brasil. Portanto, no ato.
quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Segurança acima de tudo
Foto Hernâni Von Doellinger |
Cidadão exemplar, o homem da direita, preocupado, respeitador da saúde alheia, rigoroso observante da legislação em vigor. Fumar no interior da loja da estação de serviço, ainda por cima local de trabalho? Nem pensar! O cidadão exemplar veio cá para fora, encostou-se placidamente às botijas de gás e, todas as precauções tomadas, então, sim, acendeu o cigarrinho em segurança máxima. Fumou até ao filtro e depois foi para casa. A pé.
P.S. - Rudolf Diesel, engenheiro mecânico franco-alemão, realizou o primeiro teste com um motor de combustão no dia 10 de Agosto de 1893, abastecendo-se com óleo de amendoim. Hoje é Dia Internacional do Biodiesel, pelo menos no Brasil.
quarta-feira, 9 de agosto de 2023
Mário Cesariny ó meu deus de Vasconcelos
Se fosse vivo, Mário Cesariny festejaria hoje o seu centenário. O que, apesar de tudo, não deixa de ser extraordinário.
Apoios aos emigrantes, em Fafe
terça-feira, 8 de agosto de 2023
Uma amizade assim
Foto Hernâni Von Doellinger |
O Homem da Música fez o favor de me deixar começar a ser seu amigo parece-me que há coisa de doze ou treze anos. Calhava perdermo-nos de vista por umas temporadas, mas felizmente lá tornávamos ao reencontro no banco do costume - um banco de confiança. Uma vez o Senhor Hernâni apareceu-me com instrumental novo e a superbicicleta cada vez mais artilhada: até já tinha relógio-despertador, peça fundamental em bicicleta que se preze. Acertámos a conversa em atraso. Contou-me que o jeito para as engenhocas lhe vinha do ofício antigo, mais de trinta anos como afinador de máquinas numa grande fábrica em Rio Tinto. E que o amor pela música era de sempre, desde que se lembra de começar a contar os 77 anos que então levava.
Falou-me da mulher, que tinha "menos dez anos" do que ele e doenças que chegassem para os dois. Dos filhos, três, um dos quais "trabalha numa agência e sabe as línguas todas". Da ventura de alma que lhe é "louvar e amar o Senhor". Do seu Bairro da Fonte da Moura. Da lambreta cor-de-laranja em avançado processo de tuning caseiro. Das viagens em bicicleta até Arcozelo, em Gaia, ou até São Mamede de Infesta, para tocar. Só para tocar. Tocar por tocar. E pelo caminho já cantava e tocava - o que houvesse a resolver com o trânsito era "pelos retrovisores"...
Outra vez, há meses que não o via, o Senhor Hernâni justificou as faltas. Contou-me que passou a ir alegrar as tardes da rapaziada da idade dele que frequentava o centro de dia da então Junta de Aldoar. Levava-lhes música, porque lhe apetecia e fazia gosto. Ninguém lhe encomendara o serviço, nada disso. Era bondade em estado puro. "Eles vêm cá para fora e eu toco", diz-me, quase envergonhado da felicidade serena que lhe baila nos olhos. "Quer ver? Quer ver?", e rapa da harmónica e do pandeiro e oferece-me uma bela modinha americana que, na verdade, é um hino religioso. Agradeço-lhe. Digo "Muito bem!", pigarreio, para esconder a comoção que também me embaraça. Lembro-me do verso de António Gancho, que diziam louco: "A música vinha duma mansidão de consciência", e ali vinha, meu Deus! Conto-lhe como tenho sentido a falta dele no banco do Parque e que andava preocupado. Não estou a mentir, o Senhor Hernâni diz-me respeito. O Homem da Música percebe, ri, rouba duas ou três notas ao teclado que tem em cima dos joelhos, para que eu saiba que a coisa funciona. E funciona. O Homem da Música tem um dom, dá vida a tudo o que toca, e toca tudo, acordeão, concertina, gaita, e até microfone e até rádio, e faz instrumentos de velhos rádios desactivados, transforma-os em artefactos musicais, amiúde "electrónicos". Toca. O meu amigo é tocador de corações. Isso. A coisa funciona.
Ele quer que eu fique mais um bocado. Fico. Gosto do Homem da Música. Ainda por cima tem um nome próprio que, não desfazendo, lhe calha muito bem - é Hernâni como eu. Senhor Hernâni. Senhor, verdadeiramente, que eu não sou.
De vez em quando eu ia sabendo do meu amigo Senhor Hernâni. Os recados, avulsos, diziam-me que ele estava bem. Isto é, assaltaram-no, roubaram-lhe os documentos e andava a tratar dos papéis novos, sobretudo da carta de condução, que era o que mais o afligia. Teve de ir à Junta de Aldoar e a minha mulher, que lá trabalhava então, tratou de apresentar-se-lhe. O meu amigo fez-lhe uma festa bonita e aproveitou para mandar-me um abraço que me soube pela vida, e repetiu a façanha dois dias depois, forçando novo encontro com ela, como quem não quer a coisa, mais um abraço para mim, e eu fiquei mais feliz ainda.
Portanto, o Senhor Hernâni esteve com a minha mulher em duas breves ocasiões, e foi talvez há cinco anos. Aqui há meses, já aposentada, a minha mulher precisou de ir ao antigo emprego, e quem é que ela encontra à porta, por extraordinário acaso? O Senhor Hernâni, que, ao vê-la, atira à queima-roupa: - A senhora é familiar do senhor Hernâni que mora em Matosinhos, não é? Ele como está? Quando chegar a casa, dê um abraço ao seu marido e diga-lhe que foi o Hernâni que mandou. Diga-lhe que eu estou bem, que vou fazer 90 anos, que continuo muito contente, porque acredito em Deus, diga-lhe que continuo a cantar e a tocar...
E cantou. Cantou. Ali! O meu amigo Senhor Hernâni cantou para a minha mulher, como costumava cantar para mim.
segunda-feira, 7 de agosto de 2023
Talvez por ter nascido em Fafe
sexta-feira, 4 de agosto de 2023
O Jogo bem puxa, mas o Varela não há meio
- "FC Porto sobe parada por Varela", 15 de Julho
Ide pela sombra!, disse o Senhor
Hoje é o quarto dia da Jornada Mundial da Juventude. E é também Dia Internacional da Cerveja. As autoridades colocaram Lisboa sob aviso queima das fitas.
quinta-feira, 3 de agosto de 2023
Trabalhador de 72 anos...
Vejo nas notícias sobre a minha terra que um trabalhador de 72 anos morreu "em acidente de trabalho", numa obra. "Um cilindro que capotou e o trabalhador ficou por baixo", explicou ao JN o comandante dos Bombeiros de Fafe. Um trabalhador de 72 anos. Nas obras. Mas que raio de país somos?...