terça-feira, 11 de março de 2025
No que respeita à canalização
E havia necessidade?
segunda-feira, 10 de março de 2025
A cor da lei 2
A lei é muito clara. E é disso que se queixam as organizações anti-racistas.
P.S. - Hoje é Dia Internacional das Juízas ou Dia Internacional das Mulheres Juízas.
A cor da lei
- A lei é muito clara! - declarou o juiz. E mandou pintar num tom um bocadinho mais abaçanado.
P.S. - Hoje é Dia Internacional das Juízas ou Dia Internacional das Mulheres Juízas.
Naturalmente platinado
domingo, 9 de março de 2025
Hoje é um dia muito importante e amanhã ainda mais
sábado, 8 de março de 2025
As mulheres e eu
Mulheres e raparigas que, se por acaso me apanham a caminhar com a minha mulher, de mão dada, deitam de antecedência os olhos ao chão, zapam por nós como se não nos vissem, comprometidas, como se não me conhecessem de lado nenhum, como se eu fosse ninguém.
Quer-se dizer: o que é que elas pensam? O que é que elas pensavam? De que é que estavam à espera? Eu sou apenas o velho simpático, porra!
sexta-feira, 7 de março de 2025
Mais valia
P.S. - Hoje é Dia de Apreciação do Empregado.
O silêncio de Deus
- Não, Deus nunca me disse nada.
- É portanto ateu, agnóstico talvez, ou digamos indiferente...
- Por acaso até sou crente, religioso e bastante praticante.
- Mas diz que Deus nada lhe diz...
- Pois é. Falo muito para o boneco...
P.S. - Hoje é Dia Mundial da Oração.
Amem em vez de amém
No fundo, o Papa apela aos cardeais, bispos e padres para que metam na devida ordem as suas próprias urgências pastorais, para que se organizem em bondade e misericórdia, para que (re)aprendam a distinguir o essencial do acessório, para que se deixem de cinismos. O Papa acorda-os para o mundo e para Deus. Pede-lhes que sobretudo amem - tão simples como isto.
O Papa quer que os cardeais, bispos e padres saiam das suas zonas de conforto, das cadeirinhas de fiscais de consciências e julgadores de comportamentos e práticas onde boloram há que séculos. E que amem o próximo, como foram ensinados a pregar aos outros. Mas podem ficar descansadas as almas mais conservadoras e sacristas. As palavras de Francisco não são senha para a revolução. Parecem-me até declarações retrógradas, reaccionárias sem sombra de dúvida: devolvem-nos ao princípio, aproximam-nos de Deus - que é Amor -, mandam-nos de volta ao que Jesus nos ensinou.
Isto foi há onze anos, o Papa está às portas da morte, e eu ainda não vi nada.
quinta-feira, 6 de março de 2025
O campeão
Chamam-lhe "bloco baixo"
quarta-feira, 5 de março de 2025
Somos pó
Católico, abstinente e automortificante
E na Quaresma? Quarta-Feira de Cinzas e todas as sextas-feiras, de castigo, come bife com batatas fritas ao almoço e bife com batatas fritas ao jantar. É que ele gosta mais de peixe. Com batatas cozidas...
terça-feira, 4 de março de 2025
Já não há mulheres com bigode
Foto Hernâni Von Doellinger |
Cuidado. Antes de me soltarem os cães, façam o favor de perceber que eu não disse que as mulheres limianas são bigodadas e feias. Não. O que eu digo é que, sobretudo aos fins-de-semana e feriados, elas, as bigodadas e feias, concentram-se todas ali, à beira-Lima, como se fosse um congresso de camafeus ou um concurso de feieza. Numa dessas ocasiões, eu próprio fui confundido com a cantadeira de um rancho folclórico derivado às minhas barbas. De resto, não sei de onde elas vêm, as mulheres abigodadas, nunca perguntei.
Vou a Ponte de Lima desde pequenino, desde o tempo das excursões ao Alto Minho organizadas pelo meu avô da Bomba, sobrevivente dos sete ofícios. Aqui atrasado tornei lá todo contente e tive um desgosto muito grande. A vila mais antiga de Portugal, Ponte de Lima monumental e histórica, bela, tradicional, está mais pobre. As mulheres continuam particularmente feias, honra lhes seja, mas deitaram abaixo os bigodes. Sentei-me no banco do costume, junto à vendedeira de castanhas, queimei os dedos a comê-las, mas bigodes de mulheres, que era ao que eu ia, nem um para amostra. É lamentável. Os cremes depilatórios estão a dar cabo do nosso património.
Não sei se volto a Ponte de Lima. Ainda por cima, o arroz de sarrabulho também não estava grande coisa. Mas as castanhas eram bem boas.
P.S. - Publicado originalmente no dia 3 de Novembro de 2011. Ponte de Lima festeja hoje os seus 900 anos de vila. Muitos parabéns!
Um dia com os dias contados
É fartar, vilanagem!..
Aliás, o Dia Mundial da Obesidade está obviamente condenado, por indecente e má figura. Para o ano decerto já não há. Porque a obesidade é do obeso e o obeso é gordo, e isso são palavras que hoje em dia não se dizem. Já nem nos livros. Nem nos filmes. Evidentemente.
Ao contrário
Conheço uma senhora que todas as manhãs faz exercício ali em baixo no Passeio Atlântico, à beira do mar. Entre outras habilidades atléticas, a senhora sobretudo caminha de costas, arrecua, ou seja, anda ao contrário. E isto há anos. Resultado: em vez de emagrecer, a senhora está cada vez mais gorda...
P.S. - Hoje é Dia Mundial da Obesidade.
segunda-feira, 3 de março de 2025
Torna! Torna! Torna!
Dizia o povo antigo, na sua proverbial sabedoria, que os de Guimarães esfolam gatos e matam cães. Eu parece-me que devia ser proibido...
Torna! Torna! Torna! - gritava-se quando o gado fugia, implorando o socorro de quem por ali andasse e ouvisse e, de braços abertos balançantes e palavras mansas, pudesse suster, sossegar e encarreirar de volta os animais. Tornar era mandar para trás. Era como quem dizia "Cerca! Cerca! Cerca!", versão mais em uso pela moçarada para animar as hostes, convocar reforços e impedir a fuga dos da outra rua, em plena emboscada à coiada por causa do golo que não valeu, e mais ainda nem havia VAR. "Torna! Torna! Torna!" era também grito de guerra dos equívocos caça-cães fafenses, armados de redes, laços de contenção e palavrões de diversos calibres, levando a eito para o matadouro canídeos ostensivamente vadios ou, por azar, apenas sem dono à vista.
Para apanhar perigosos fujões, isto é, crianças com medo da pancada em casa ou bandidos sem medo nenhum, berrava-se igualmente "Torna! Torna! Torna!", como aconteceu daquela vez com o desgraçado oficial de justiça a correr atrás do preso que se lhe escapuliu à porta do Tribunal, de mãos algemadas mas pé ligeiro, e só foi agarrado já no nosso Santo, à força da ajuda do povo, quase em frente às Ferreira Leite e à Milinha Vaqueiro, que também saltaram para a molhada. "Torna! Torna! Torna!" era, em Fafe, o clamor de recaptura pelos tresmalhados em geral. Claro que também havia o "Toma! Toma! Toma!", que eu sabia dos robertos na televisão e uma maré, pelas feiras ou festas, vi ao vivo num biombo montado em Baixo da Arcada. E o "Tora! Tora! Tora!", mas isso, evidentemente, já é outro filme.
domingo, 2 de março de 2025
Domingo Inteiro
sábado, 1 de março de 2025
Apois, se não for antes
O chichi e a discriminação de género
P.S. - Hoje é Dia da Discriminação Zero.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Abençoada pastelaria
Havia guichos e guichas
(Publicado originalmente no meu blogue Mistérios de Fafe.)
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
Cachicha!
(Publicado originalmente no meu blogue Mistérios de Fafe)
Busca pólos
Com os ursos
P.S. - Hoje é Dia Internacional do Urso Polar.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
O antipasseios
Foto Hernâni Von Doellinger |
Não sei o que lhe aconteceu em pequeno, mas este senhor já de uma certa idade tem qualquer coisa contra os passeios. Todos os passeios. Estreitos ou largos, em empedrado, cimento, betão hidráulico, aglomerado asfáltico, lajedo ou calçada portuguesa, despreza-os, evita-os, foge-lhes, como o diabo foge da cruz. Anda sempre pela estrada, sempre, e se houver carros estacionados, vai-lhes rente, lado de fora, quase pelo meio da rua. Há anos que o conheço assim, sem o conhecer de lado nenhum. Assim exactamente, ele lá terá as suas razões. Desce, parece-me, a Circunvalação, pela estrada, vira para Matosinhos na Anémona, pela estrada, e vai pela estrada à beira-mar suponho que até à lota, sempre a bom ritmo, quem mo dera a mim, fazendo decerto mais tarde o caminho inverso, obviamente pela estrada e talvez com peixe fresco.
Foto Hernâni Von Doellinger |
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
O PSD e o negócio das casas
Noventa mil quilómetros quadrados
Noventa mil quilómetros quadrados
de ousadia e sofrimento:
A oriente, a Espanha,
A norte, a terra galega.
A sul e ocidente, a dor tamanha
Do mar que já não chega,
Mas onde ainda ficaram,
Talhadas em rocha dura,
As ilhas que semearam
as pegadas da aventura.
"Recolha Poética (1954-2017)", António Arnaut
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
A cueca para a queca
Foto Hernâni Von Doellinger |
Entrava o mês de Março e o carnaval já tinha sido. Um bando de moças desce as escadas que levam até aos bares do Molhe, na Foz, Porto fino. São seis ou sete, modernas, todas moças do sexo feminino, bem vestidas, galhofeiras. Uma das raparigas, guapa sim senhor, despe a gabardina e exibe-se com um vestido de "espanhola". Vermelho e preto, por supuesto, e com um letreiro ao peito que sai ao pai. Penso: coitadinhas, chegaram atrasadas ao carnaval; ou então são palerminhas das praxes; ou então são palerminhas das praxes que chegaram atrasadinhas ao carnaval.
Aproximo-me para proceder à competente desambiguação. O letreiro diz: "Felicita-me ou não. Vou-me casar". Percebo logo tudo, oh juventude irreverente e criativa! É um novo ritual de despedida de solteira. Só pode ser. Ou publicidade ao viagra; ou uma partida para os apanhados.
Comovem-me a simpatia e a originalidade da ideia. Esta espécie de performance, teatro de rua, em vez do tradicional striptease masculino em recinto fechado. Que coisa bem sacada! A "espanhola" apercebe-se de que eu estou na onda, aproxima-se de mim, toda gaiteira, com umas cuequinhas verdes na mão direita e umas cuequinhas cor-de-rosa na mão esquerda. Que giro! Fala em castelhano, e eu preferia que fosse em galego, nosso, mas que se há-de fazer?...
- Olá. Vou casar amanhã. Podes dizer-me que cuecas devo usar? Estas ou estas?
- Nem umas nem outras, minha senhora. Sem cuecas é que vai bem - respondo eu, sumariamente ponderado o assunto em questão.
As "amigas" riem e tiram fotografias. Eu fico no retrato.
Vermelha-e-preta e radiante, la novia insiste:
- Ningunas?
- É como lhe digo, minha senhora. Se o caso é casamento, primeiro noite e tudo, sem cuecas é que usted vai bem.
A rapariga parece-me ter ficado algo desconsolada com a minha resposta. Eu, que só quero ajudar, dou-lhe uma segunda oportunidade:
- Olhe, espere lá. Arregace aí as saias e experimente os dois pares, um de cada vez, devagarinho, muito devagarinho, posso pôr música?, a ver se eu mudo de ideias.
- ...
E desejei-lhe muitas felicidades e vivam as noivas.
domingo, 23 de fevereiro de 2025
Deus deve estar louco
Os rapazes do Vaticano
E já muito facilita o Vaticano, quedando-se pelos simpáticos septuagenários ou octogenários. Basta pensar que, biblicamente, Moisés viveu até aos 120 anos, Jacob até aos 147, Abraão até aos 175, Adão até aos 930, Noé até aos 950, e Matusalém, filho de Enoque, pai de Lameque e avô de Noé, faleceu inesperadamente aos 969 anos.
(Evidentemente também há João XII, que chegou a papa aos 18 anos, dormia com as prostitutas do pai, teve relações sexuais com a própria mãe, castrou um dos seus cardeais, cegou outro, torturou quem lhe desprazia e acabou por morrer com uma valente marretada na cabeça, gentilmente oferecida pelo marido cornudo de uma das suas incontáveis amantes. Mas isso não é desculpa.)
Não sei se sabem: todos os católicos são teoricamente elegíveis para papa. Basta-lhes serem, obviamente, baptizados, maiores de idade e homens, embora depois devam vestir saias. Isto é, eu posso ser papa, um sétimo de toda a população mundial pode ser papa, depois, na questão das saias, cada um seria para o lado que der.
Só que as eleições no Vaticano não são directas e universais. Votam apenas os cardeais, lacrados no chamado conclave, onde, nas horas mortas, contam anedotas picantes uns aos outros, fazem malha e jogam à sueca. E se votam apenas os cardeais (120 no máximo, "em nome" de cerca de 1272 milhões de almas), porque é que os velhinhos haveriam de escolher para patrão o Silva dos Plásticos, que, sendo embora uma pessoa estimável e comerciante respeitado, não lhes pertence de lado nenhum?
É! Aquilo é coisa entre padrinhos e afilhados, tudo bons rapazes. Como na máfia, Deus lhes perdoe...
sábado, 22 de fevereiro de 2025
Deixai o Espírito Santo em paz
P.S. - Publicado originalmente no dia 9 de Março de 2013. Entretanto, longa vida ao Papa Francisco!
Os engolidores
Quem com ferros ferros, com ferros ferros
O sobrevivente
- E então como é que foi?
- Matei-os.
Uns para os outros
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Grazie verigude!
Vá lá, podia ter sido pior. Se me tivesse atirado por exemplo "Muchas gracias!", abanando castanholas e rebolando as ancas, eu ficaria realmente fodido...
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
Os bois chamam-se pelos nomes
Assim se chamam os bois pelos nomes.
E as pessoas de estimação?
P.S. - Hoje é Dia do Animal de Estimação. E também Dia Mundial da Justiça Social.
No tempo das recularias
P.S. - Publicado originalmente no meu blogue Mistérios de Fafe.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
A sorte do Benfica foi a baleia
Jonas, o pistoleiro, pendurou as botas aos 35 anos e com as costas num frangalho. Tipo raro este Jonas, que também me incomodou bastante. Estimo-lhe as melhoras.
Por outro lado. Hermann Melville, autor do romance "Moby Dick", nasceu no dia 1 de Agosto de 1819 e morreu no dia 28 de Setembro de 1891, aos 72 anos. Dois interesses muito especiais do meu pai: clássicos da literatura mundial e o Benfica, Deus lhe perdoe.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
O saco de gatos
E as gatas?
Aqui há gato
Gato-sapato
Sete vidas
Esfola gatos e mata cães
Diz o povo antigo, na sua proverbial sabedoria, que quem é de Guimarães esfola gatos e mata cães. Eu parece-me que devia ser proibido...
P.S. - Hoje é Dia Mundial do Gato ou Dia Internacional do Gato. Que também é na próxima quinta-feira, 20 de Fevereiro, no dia 8 de Agosto e no dia 29 de Outubro...
O melhor amigo da mulher
P.S. - Hoje é Dia Mundial do Gato ou Dia Internacional do Gato. Que também é na próxima quinta-feira, 20 de Fevereiro, no dia 8 de Agosto e no dia 29 de Outubro...
domingo, 16 de fevereiro de 2025
Rangel, o descompostor
O ministro dos Negócios Estrangeiros é, por antonomásia e dever de ofício, o chefe da diplomacia. E o diplomata é, por definição, um homem reservado e de fino trato, um indivíduo circunspecto, grave, cortês, cauteloso, prudente, ponderado, sensato, distinto, elegante, delicado, conciliador. "Ser diplomata é discordar sem ser discordante", sentenciou um dia Millôr Fernandes.
No tempo em que os animais falavam
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Foto Gaspar de Jesus |
Houve um tempo em que os presidentes dos maiores clubes de futebol falavam com os jornalistas e até convidavam os directores dos jornais para jantar. Todos eram tratados por igual e quem tivesse unhas que tocasse viola. Mas isso foi muito, muito antigamente, no tempo em que os animais falavam e não havia telemóveis. Depois, conta-se que os presidentes dos maiores clubes resolveram dividir os jornalistas em dois grandes grupos: os que levavam recados e os que levavam pancada - e deixaram de falar aos restantes. Mais tarde, os presidentes dos maiores clubes criaram as suas próprias televisões e passaram a ser "entrevistados" pelos seus próprios assalariados. E agora, quando se dignam descer até ao ecrã das televisões ditas generalistas, exigem tratamento de primeiro-ministro. São outros tempos! E entretanto já não sobramos todos daquela mesa...
P.S. - Publicado originalmente no dia 30 de Maio de 2014.
sábado, 15 de fevereiro de 2025
E hoje é o quê?...
P.S. - Para que conste, hoje é Dia Internacional da Criança com Cancro.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
Os livros, nossos amigos
P.S. - Hoje é Dia Internacional da Doação de Livros.
Apocalypse Now
Atenção, muita atenção! Emprestei o meu "Apocalypse Now" não sei quando nem a quem nem porquê. Não me lembro! Sei é que o estupor do DVD nunca mais me tornou a casa, e, aos anos que vai, já deve andar no liceu, senão na universidade. Ao sacrista que se está a aproveitar de mim e da minha franqueza,digo apenas o seguinte: não foi uma doação, pá, devolve-me essa merda, pá, devolve, e até pode ser sob anonimato, porque, se te descubro, se te adivinho sequer - não sei se estás a ver o filme...
P.S. - Hoje é Dia Internacional da Doação de Livros.
Nunca por amor 2
Nunca por amor
Já ia no oitavo matrimónio e garantia que nunca casara por amor. Por dinheiro então?, perguntavam-lhe. Que não. Por conveniência ou solidão? Também não. Explicava que casou sempre por... acaso.
P.S. - Hoje é Dia do Amor e Dia dos Namorados.
On Valentine's day
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Foto Tarrenego! |
Os meus dias de Valentim eram porreiros. Sempre. Recebesse ele quem recebesse, Presidente da República, primeiro-ministro, ministros disto ou daquilo, fossem quiçá o Papa, Cicciolina ou até a rainha de Inglaterra, ele, Valentim Loureiro, em funções de presidente da Câmara de Gondomar ou da Metro do Porto, ultrapassava tudo e todos, tomava conta do protocolo e das operações, comandava as tropas e... armava barraca. Sempre. Era um regalo para mim e para o meu jornal de então, o 24horas, que me mandava atrás do Major à procura das partes gagas. Eu era o enviado-especial, o especialista em Valentim Loureiro, e o homem nunca me deixou ficar mal. Ele era, como eu então lhe chamava, o meu cromo da sorte. Trabalhávamos a meias. O meu papel consistia em transformar depois a notícia em anedota, e creio que também não me saía nada mal.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Grândola é na Galiza
Não foi por acaso. Para começar, é tido como certo que a canção "Grândola, Vila Morena" foi estreada por Zeca Afonso, isto é, cantada em público pela primeira vez, exactamente na Galiza, em Santiago de Compostela, no Burgo das Naçons, no dia 10 de Maio de 1972. O Zeca, é também assim que ele é conhecido e referido pelos galegos de média cultura, passou largas temporadas na Galiza, deu por lá inúmeros concertos, andou e cantou por Lugo, Ourense, Pontevedra, Vigo e outros adiantes, fez imensos amigos, tinha e tem uma legião de fiéis admiradores, as comemorações e homenagens sucedem-se ainda hoje. Em Compostela há o Parque José Afonso e mantém-se em actividade a AJA Galiza - Associaçom José Afonso. Nos bares e ruas de Compostela canta-se e festeja-se "Grândola" como quem canta e festeja a "A Rianxeira". Não sei como é agora, mas ainda aqui há uns anos havia um pub lá para as traseiras da famosa catedral, a Casa das Crechas, que passava constantemente a música de Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Francisco Fanhais, Luís Cília, Fausto, Vitorino e por aí fora, mas Zeca Afonso sempre! Porque na Galiza pensa-se e sente-se que o 25 de Abril também lhes pertence.
A vida sem internet
Os jovens criativos da Rádio Renascença, e devem ser mesmo muito pequeninos, perguntam, num anúncio de promoção a um programa: - Já imaginou a vida sem internet? E quer-se dizer: eu já, isto é, sou desse tempo, lembro-me muito bem, e por acaso até nem se estava mal...
P.S. - Hoje é Dia Mundial da Rádio.
Aproveite para namorar...
A fama tem um preço
Na rádio, Renascença por acaso, o reclame a uma telenovela da SIC avisa: - A fama tem um preço! Pois tem. E o arroz carolino também. E a massa-cotovelo e as batatas e os alhos e o azeite, que está pela hora de morte. As próprias pessoas, diz-se, também têm um preço. Algumas, melhor colocadas na vida, têm dois ou três...
P.S. - Hoje é Dia Mundial da Rádio.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Fazendo pela vida
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Vademetro!
Disseram-lhe - Vá de metro, Satanás! E o Diabo foi. Saiu na estação do Bolhão e apanhou o 401 para São Roque.
P.S. - O Diabo, semanário português, foi lançado no dia 10 de Fevereiro de 1976.
O advogado do Diabo
Acusavam-no de ser amiúde advogado do Diabo. Ele defendia-se alegando que tinha porta aberta, que por princípio nunca recusava um clientes, por mais Mafarrico que fosse, e que não queria problemas com a Ordem. Mas negava o pacto.
P.S. - O Diabo, semanário português, foi lançado no dia 10 de Fevereiro de 1976.
domingo, 9 de fevereiro de 2025
Ray Charles morreu?
Contra fatos não há argumenctos
Sou esbraguilhado por opção. Ao longo de quase quarenta anos, usei o meu fato mais quatro ou cinco vezes nos casamentos de mais quatro ou cinco amigos, sobrinhos e primos, e deram também já quase todos em divórcios, num par de ocasiões solenes em Fafe, para agradar à minha mãe, numa excursão copofónica a Lisboa para acompanhar a entrega do Prémio Gazeta ao nosso Agostinho Santos pelo Presidente Mário Soares e numa ida à televisão para aparecer bem por dever de ofício. É, portanto, um fato praticamente novo, mas ando preocupado: quando eu morrer, o casaco de trespasse estará outra vez na moda?...
P.S. - Para quem se interesse por estatísticas: também tenho um par de sapatos. Um. De resto, é botas e sapatilhas. E quatro bonés e três mochilas. Hoje é Dia Mundial do Casamento.
sábado, 8 de fevereiro de 2025
Jornais, eram bons mas acabou-se?
A mulher de Matheus Reis
Eu parece-me muito importante que o jornal desportivo O Jogo nos vá informando a respeito dos "ataques" e de todas as outras posições sobre o mundo moderno da mulher de Matheus Reis. O futebol é mesmo assim, as notícias são o que são. E o João Pinheiro, entretanto, que se ponha a pau...
A saudação nazi
A saudação nazi que o impagável deputado Arruda fez ontem no Parlamento não foi, como dizem, uma saudação nazi. Foi, isso sim, uma saudação nazi, disse ele, quando repetiu.
Dores artroses
Mistérios de Fafe, a desvendar
Como já aqui anunciei, desde o início do ano que tenho em funcionamento um novo blogue - Mistérios de Fafe, título que pedi emprestado à obra de Camilo Castelo Branco, quando se assinala o bicentenário do nascimento do escritor. É lá que estou a compilar, rever e "passar a limpo", com importantes acrescentos, versões optimizadas dos meus textos sobre Fafe, sobre vidas, pessoas, usos, falares e acontecimentos do meu tempo de Fafe e após, isto é, sobre o modo como o recordo ou quero recordar. Histórias e memórias pessoais, juvenis e profissionais, velhas amizades, cromos e admirações, cenas gagas ou desgraçadas, peripécias, é o que conto.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
Fulanos, sopranos e beltranos
Como já aqui contei, o meu pai era músico e tocava saxofone na Banda de Revelhe. Isto antes de ir para França. O que não tinha contado é que o meu irmão Orlando também. Também foi músico e também tocou saxofone na Banda de Revelhe. Isto antes de se dedicar a outros consertos.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
Milagre de Fafe
![]() |
Foto Ivo Borges / O Minho |
"Um espetacular halo solar foi avistado, na manhã desta quinta-feira, a partir de Fafe, anunciando a aproximação da chuva", informa o jornal O Minho. Atenção, muita atenção! Aconteceu hoje, quinta-feira, 6 de Fevereiro de 2025, dia em que Luís Marques Mendes apresenta a sua candidatura à Presidência da República. E a apresentação é exactamente em Fafe, o que me apraz registar. Melhor augúrio, creio, não podia haver. Em Fátima foi o milagre do Sol, em Fafe é o halo solar. Depois, quando forem as eleições, daqui a um ano, não fiquem admirados com o resultado, não cuidem que é milagre espontâneo, mesmo que não chova amanhã. Estava escrito nos astros...
Que seja infinito enquanto dure
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
O apoio de Ângelo Correia
A mijinha do maestro
terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
Hugo Viana, o gentleman
Quem não tem cão...
Largado à frente, sem trela, "Vai, Corisco, vai, arranja-me uma gaja! Um gaja boa!", o cão é um batedor sexual para prazeres alheios. Evidentemente tem de se entender com o outro animal, mas isso é truque, pretexto para o dono chegar à dona, como todos sabemos, e depois eles, dona e dono, ou dono e dono, ou dona e dona, depois de conversarem resumida ou detalhadamente sobre raças e rações, que se entendam e se acamem. E muitas vezes entendem-se e acamam-se. Olhemos à nossa volta, sem falsos pudores: quantos namoros e casamentos, que nós tenhamos conhecimento ou desconfiemos, não foram intermediados por cães? Quantos engates e quantas pinocadas avulsas?!...
Passear o cão, é assim que se diz, mas querendo dizer outra coisa. Há até quem dê treino específico ao cão, para loiras ou morenas, gordas ou magras, inteligentes ou burras, e assim sucessivamente e vice-versa. É verdade, ele há cães especialistas. Cães de um certo tipo, de uma determinada caça.
O cão é, portanto, um alcoviteiro. Mas já foi mais, no tempo em que não havia Facebook. No tempo em que se mandava uma cadela ao espaço e a cadela chamava-se Laika. Hoje chamar-se-ia Like. É. As chamadas redes sociais na internet são agora, particularmente para casados, o principal móbil do engate, o menu do sexo à mão de semear, e esta nova realidade veio prejudicar sobremaneira os cães, cada vez mais substituídos, abandonados e abatidos, por aparentemente já não serem precisos.
Correndo o risco de fazer um título à Correio da Manhã, eu diria que o Facebook está a matar o cão. Aos poucos. E, todavia, acho que compreendo esta paulatina porém irreversível substituição do "animal doméstico" pela "aplicação social", porque a verdade é só uma: comprar ou adoptar um cão dá provavelmente mais trabalho e despesa do que criar um perfil no Facebook, sendo que o resultado final é o mesmo. Nestes tempos conturbados, o meu mais descarado elogio vai, pois, para as almas caridosas, afogueados adúlteros, que acumulam cão e Facebook, pelo sim e pelo não, e só temos de lhes agradecer, em nome dos animais.
Salvemos o cão! Porque ainda há algumas diferenças a considerar entre o cão e o Facebook, a não ser que Facebook seja o nome do cão. Para além de que o Facebook, o da internet, tem aquele perigo (há casos!) de a mulher andar a pôr os cornos ao marido e o marido andar a pôr os cornos à mulher - cada qual com o seu perfil secreto, mais ou menos falso e sobretudo deveras criativo -, até ao dia em que se engatam como desconhecidos e depois se encontram para o que já sabemos. É então que marido e mulher reciprocamente infidelíssimos descobrem que afinal foram feitos um para o outro.
O nosso dia e o dia deles
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
Alcovitagem municipal
Ora bem. E então o que é que eu vi ontem, sem querer, no Facebook do Município de Fafe? Uma senhora, toda catita e repimpada, conduzindo na prise seu magnífico automóvel, comentava a "notícia" da inauguração de certa e determinada exposição, mandando muitos parabéns e beijinhos e também admiração ao artista expositor, grande mestre, profissional e por acaso amigo, com três carinhas amarelas, redondinhas e amorosas e a seguir um coraçãozinho vermelhinho, coitadinho. Acto contínuo, um cavalheiro entrou em linha, um cavalheiro certamente também apreciador de exposições e de arte num sentido geral, e disse à senhora: "Olá, como estás? estava a navegar na minha página e encontrei o seu lindo perfil como suposto amigo. Tentei enviar-te um pedido de amizade, [duas carinhas redondinhas e amarelas e amorosas, sem coraçãozinho a seguir] mas não resultou. [duas carinhas redondinhas e amarelas e amorosas, sem coraçãozinho a seguir] não sei porquê se não se importa, pode enviar-me um...", e fiquei sem saber o resto, porque, lá está, acabaram-se-me as moedas, terminou-se-me a abébia.
O cavalheiro - sou jornalista e portanto fui à procura - é um rapaz todo janota, havíeis de ver as fotografias, muito bem formado e com enorme sucesso na vida. Estudou no "Imperial College London" e na "University of Pennsylvania" e trabalha actualmente na "empresa Doctor Waseem Cardiologist" - quem é que pode pedir mais?
Não sei em que pé é que ficaram as coisas, se houve avanços ou não. Se alguém souber, por favor não me diga. Não me interessa. O Facebook, suspeito, é basicamente isto. E, se quereis saber, acho giro que o Município de Fafe, mesmo passivamente, preste este serviço aos seus fregueses.
O Magalhães da Circunvalação
Esclareça-se. O navegador Fernão de Magalhães, nascido provavelmente em Ponte da Barca, Alto Minho, no dia 3 de Fevereiro de 1480, morreu no dia 27 de Abril de 1521, nas Filipinas. Entre uma coisa e outra, descobriu a Circunvalação, e a Circunvalação, minhas senhoras e meus senhores, passo por lá todos os dias, é realmente um mundo.
Prò maneta
domingo, 2 de fevereiro de 2025
Empresta a borracha, ó Rocha
A emigração como nunca se viu
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Foto Município de Fafe |
A Estação Memória, em Fafe, inaugurou exposição. "Odisseia Migratória", do pintor Orlando Pompeu, 12 aguarelas que, esclarece o Município, "homenageiam os nossos emigrantes". De acordo com Orlando Pompeu, a mostra "dignifica, reconhece e valoriza as sucessivas gerações que saíram de Portugal em busca de uma vida melhor". Os 12 quadros estarão patentes ao público até ao final do mês de Agosto. E que não pense o incauto leitor, logo à primeira, que meio ano é muito para uma dúzia de pinturas. Não. A coisa, parece-me, demanda estudo aturado, paciente e vagarento, epifânico, e se calhar o tempo nem vai chegar. Eu pelo menos, palavra de honra, nunca tinha visto a emigração assim...
sábado, 1 de fevereiro de 2025
A palavra apartir é como a palavra porcausa
Foto Hernâni Von Doellinger |
Há muita gente que não sabe como é que se escreve a palavra apartir. Exactamente, apartir. E é fácil. A palavra apartir escreve-se da mesma forma que as palavras asseguir e afeder. Tal como porcausa. A palavra porcausa escreve-se da mesma forma que as palavras porexemplo, poracaso e porfavor. Todas estas palavras obedecem ao mesmo princípio - o da ignorância.
O leitor
Ele era um leitor compulsivo. De contadores de água, luz e gás.
P.S. - Hoje é Dia Mundial da Leitura em Voz Alta.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Firme e hirto como uma barra de ferro
Não sei se foi pelos 16 de Maio ou pela Senhora de Antime, talvez fosse pelo Natal ou então ocorreu num dia qualquer, anónimo, um dia sem atributos que o destaque ou recomende. Mas aconteceu. Uma vez, um artista hipnotizador, quiçá mentalista e certamente ilusionista veio dar um espectáculo ao nosso Cinema e eu, que era mocico e pobre, não entrei, não vi, porque era preciso pagar bilhete para entrar. E era uma bonita tarde de sol. Para chamar povo como no Poço da Morte dos 16 de Maio e da Senhora de Antime, o artista hipnotizador, quiçá mentalista e certamente ilusionista fez cá fora, na Rua Monsenhor Vieira de Castro, o famoso número de conduzir um carro com os olhos vendados, naquele bocado de estrada entre a esquina do Santo Velho e o ateliê do Zé Manel Carriço, exactamente nesse sentido, que era permitido na altura, nem cem metros sempre em linha recta, assim também eu, foi o que então pensei, e no entanto ainda hoje não sei conduzir nem tenho carta de condução, com os olhos abertos ou fechados. O mirabolante número da condução em braille terá sido feito cá fora de mais a mais porque lá dentro decerto não daria jeito, cheguei também a essa importante conclusão aqui atrasado, quando finalmente percebi que o bonito Teatro-Cinema de Fafe, apesar de realmente glorioso e frequentemente "icónico", é muito mais pequeno do que eu o supunha no meu tempo.
O artista talvez fosse o Professor Karma, esse extraordinário e irrefutável hipnotizador de galinhas, lembrei-me agora, mas de momento não estou em condições de o afiançar sem correr risco de levar com um par de desmentidos no focinho. Era, em todo o caso, "um" Professor Karma, ainda que vestisse outro nome mais ou menos estrambólico. O grande Zandinga, haveria eu de conhecê-lo pessoalmente, alguns anos mais tarde, numa noitada para lá de estranha, no Porto, e Alexandrino, o cromo do "firme e hirto como uma barra de ferro" a quem Herman José deu fama, é muito mais recente.