Cruzeiro
Trivium, encruzilhada
do Infinido.
Cara a Ti vão, Senhor,
os três hirtos caminhos.
Um serpêa os beirales
dos desacougos místicos
que fão do amor um pasmo
e fão do pasmo um rito
e matinam de cote
no Deus Único e Trino.
Outro, rudo, flagela
nosso corpo cativo, arelando se ceive
o esprito.
Eu vou polo vieiro
na terra frolecido
e vejo-te, Senhor,
ao pé de cada esquivo
penedo, percorrendo
o celme em cada pino,
bulindo em cada verme,
choutando em cada ninho,
pinchando-te nos tojos,
bicando logo os pinchos,
pegureiro do monte
c'o armentio,
nas mourenças do mar
marinho,
nos sinos e nas ervas
saudoso e lírico,
na fartura dos vales
trocado em pão e vinho...
Senhor, que bem me amostras
o carreiro alcendido
c'os teus braços de pedra,
tam feridos,
apreixando a campía
neste trivium!
"Seitura", Fermín Bouza Brey
(Fermín Bouza Brey nasceu no dia 31 de Março de 1901. Morreu em 1973.)
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