Os olhos de Dulce
Um quê de estranho, forte e penetrante,
Há neste olhar que as almas dilacera;
Tem um olhar de domador de fera,
Esta formosa e pálida bacante.
Quando ela passa, rindo, triunfante,
Murmuram todos: "Ri-se a Primavera!..."
Um colibri suspira: "Ai! Quem me dera
Beijar-lhe o róseo lábio provocante!"
Astros malditos, de lampejos vagos,
Têm os seus olhos chamas diamantinas
E ao mesmo tempo sensuais afagos...
Como eles matam! Dulce, a que destinas
Estes dois negros, traiçoeiros lagos,
Esta duas estrelas assassinas?
"Ruínas", Henrique Castriciano
(Henrique Castriciano nasceu no dia 15 de Março de 1874. Morreu em 1947.)
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