Os Reis Magos
No caminho de areia do Presépio,
- cada qual mais bonito ao meu olhar! -
lá estavam os três Reis Magos deslumbrantes:
Melchior, no seu cavalo,
e Baltasar a pé.
De manhãzinha, ainda antes do café,
eu os ia ajudar a subir o caminho
até ao berço de palha do Menino
que entre um boi e um burrinho nos sorria.
Ajudava um pouquinho ao Rei Gaspar,
um pouquinho mais ao Rei Melchior,
mas ajudava muito a Baltasar
porque era preto, corno os pretos velhos
que me contavam histórias de encantar,
porque era humilde, corno os pretos bons
que, mesmo quando são reis, só andam a pé.
O certo é que no Dia de Reis,
troando deviam estar no alto do caminho,
quem chegava primeiro ao berço do Menino,
com seu presente humilde em sua mão,
era o rei preto que viera a pé.
E eu sorria contente, e parecia
aos meus olhos atentos de menino,
que o Menino Deus, que nos sorria
entre um boi e um burrinho no Presépio,
se esquecia, também, dos dois reis poderosos,
do Rei Gaspar no seu camelo alto,
do Rei Melchior no seu cavalo ágil,
e era todo sorrisos, era todo doçura
para o pobre Baltasar que eu ajudara,
para o rei preto que chegara a pé.
No caminho de areia do Presépio,
- cada qual mais bonito ao meu olhar! -
lá estavam os três Reis Magos deslumbrantes:
Melchior, no seu cavalo,
e Baltasar a pé.
De manhãzinha, ainda antes do café,
eu os ia ajudar a subir o caminho
até ao berço de palha do Menino
que entre um boi e um burrinho nos sorria.
Ajudava um pouquinho ao Rei Gaspar,
um pouquinho mais ao Rei Melchior,
mas ajudava muito a Baltasar
porque era preto, corno os pretos velhos
que me contavam histórias de encantar,
porque era humilde, corno os pretos bons
que, mesmo quando são reis, só andam a pé.
O certo é que no Dia de Reis,
troando deviam estar no alto do caminho,
quem chegava primeiro ao berço do Menino,
com seu presente humilde em sua mão,
era o rei preto que viera a pé.
E eu sorria contente, e parecia
aos meus olhos atentos de menino,
que o Menino Deus, que nos sorria
entre um boi e um burrinho no Presépio,
se esquecia, também, dos dois reis poderosos,
do Rei Gaspar no seu camelo alto,
do Rei Melchior no seu cavalo ágil,
e era todo sorrisos, era todo doçura
para o pobre Baltasar que eu ajudara,
para o rei preto que chegara a pé.
Vinicius Meyer
(Vinicius Meyer nasceu no dia 27 de Setembro de 1906. Morreu em 1954.)
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