Cigarras que vibrais os tímpanos de prata
Das tardes tropicais, dos cálidos verões,
Vós trazeis o sonhar, vós trazeis as canções
Que mortas teve um dia o coração da mata.
Renovai vossos sons, despertai a sonata!
Prendei de novo ao ramo antigo as ilusões
Onde floriu o amor nas quentes estações,
Onde o sol, resplandecente, o seu calor desata!
Precursoras de um bem, da esperada alegria,
Ó cantoras de bronze a vibrar noite e dia,
Que morres quando morre esta querida estância.
Filhas do som, da paz, cantai, núncias da Flora!...
Ah, quem me dera ouvir, mesmo de longe, agora
No inverno da minha alma, as cigarras da infância!
"Os Sonetos das Flores", Américo AntonyDas tardes tropicais, dos cálidos verões,
Vós trazeis o sonhar, vós trazeis as canções
Que mortas teve um dia o coração da mata.
Renovai vossos sons, despertai a sonata!
Prendei de novo ao ramo antigo as ilusões
Onde floriu o amor nas quentes estações,
Onde o sol, resplandecente, o seu calor desata!
Precursoras de um bem, da esperada alegria,
Ó cantoras de bronze a vibrar noite e dia,
Que morres quando morre esta querida estância.
Filhas do som, da paz, cantai, núncias da Flora!...
Ah, quem me dera ouvir, mesmo de longe, agora
No inverno da minha alma, as cigarras da infância!
(Américo Antony nasceu no dia 23 de Setembro de 1895. Morreu em 1970.)
Américo Antony foi meu bisavô, pai da minha avozinha Isis Antony Brasil, já falecida. Ela falava muito dele. Que bom ver seu trabalho publicado na internet.
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