terça-feira, 19 de setembro de 2017

Sérgio Milliet 2

Oh valsa latejante...

O poema que eu hei de escrever
será nu e simplesmente rude
O poema que eu hei de escrever será um palavrão.

Dor recalcada
inveja mesquinha
perversidades impotentes
todo o fracasso e a sub-angústia

O espezinhamento usa batom

Mas tudo há de jorrar com ele
numa amarga libertação...

O cacto com seus espinhos
apertado entre as palmas da mão
é menos doloroso

Oh valsa latejante...

"Oh Valsa Latejante...", Sérgio Milliet

(Sérgio Milliet nasceu no dia 20 de Setembro de 1898. Morreu em1966.)

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