sexta-feira, 15 de setembro de 2017

António Carneiro 2

A uma Senhora que me pediu rosas em tempo que não as havia

Pediu-me rosas, Senhora,
E as roseiras não têm rosas;
Só nas suas mãos formosas
Poderão nascer agora.

Já uma vez, por encanto,
Umas santas mãos bondosas
Transformaram oiro em rosas;
Senhora, faça outro tanto!
Pois, como a Santa doutrora,
A todos as dores consola,
E quem tem sempre uma esmola
Tem sempre rosas, Senhora!
 
António Carneiro

(António Carneiro nasceu no dia 16 de Setembro de 1872. Morreu em 1930.)

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