Olho por olho
Hortaliça comprada nas farmácias é 25 por cento mais barata do que nos hipermercados. Latas de salsichas de seis unidades com 50 por cento de desconto e uma embalagem grátis de supositórios para a tosse.
A mulher que não acreditava na religião verdadeira
Bateram à porta e Dona Amélia abriu. Pensava que era o carteiro. Eram
duas senhoras muito simpáticas com uma revista nas mãos. A revista
chamava-se A Sentinela e as duas senhoras muito simpáticas queriam
falar, mas Dona Amélia não as queria ouvir. Que não tinha vagar para
revistas nem para jornais, que fizessem o favor de ir andando, que ela
tinha mais que fazer. As pessoas com 84 anos e sós são mesmo assim,
estão sempre muito ocupadas. As duas senhoras muito simpáticas, e
pacientes, insistiam de pé enfiado na porta e revista em riste, falavam do fim do
mundo, da Bíblia, de profecias, do Reino de Deus, de Jesus Cristo, de
religião, e aqui, alto e pára o baile, Dona Amélia arrebitou as orelhas e
perguntou: - Ai vocês são da religião?...
- Somos Testemunhas de Jeová - responderam as duas senhoras muito simpáticas e pacientes.
- Olha, ainda por cima jeovás! Rua, andor daqui para fora! - mandou Dona
Amélia, sacando do toco de vassoura, mais rápida que a própria sombra. -
Eu não acredito nessas lérias. Eu não acredito na religião católica,
que é a verdadeira, e ia agora... Xô, xô, xô, já disse!
Deus vê tudo, mas não é geral
Sem filhos em casa e sem netos, o casal conversava sobre como iria ser o
Natal, a noite de consoada. Batatas, troços e bacalhau, isso era ponto
assente, pelo menos ainda este ano. Mas ela tinha dúvidas de que valesse
a pena sequer fazer o pinheiro. Ele mandou que sim. E que sim, porque
"Deus até nos pode castigar se não fizermos", justificou, numa daqueles
inocentes confusões teologais que chegam ao Céu e o pessoal de branco e
asas desata logo a rir. Fez-se então o pinheiro e até se pôs um
enfeite na parte de fora da porta. O enfeite foi roubado logo no primeiro dia.
Por outro lado. Alguém esqueceu-se do guarda-chuva numa capela. O
guarda-chuva está lá há mais de quinze dias, abandonado, e ninguém o leva. A capela, não sendo uma grande atracção arquitectónica, é razoavelmente
procurada por turistas e curiosos de outras marcas. Se fosse um café ou
uma farmácia, o mais certo é que o guarda-chuva já estivesse com novo
dono, mesmo que não tivesse sido esquecido. Mas ali não: é a casa de
Deus e Deus não é cego. Seria pecado e o Velho é vingativo! No átrio de
um prédio de apartamentos é outra coisa...
Moral das histórias: Deus vê tudo, mas não é geral. E tem particulares dificuldades no escuro...
De tanga
Quando eu era pequeno queria ser grande. E quando fosse grande queria
ser palhaço, maquinista de comboio, famoso, padre, polícia à paisana,
pianista, advogado, jornalista, actor, bombeiro, jogador de futebol,
tarzan, presidente da república, terrorista, papa, escritor, herói,
cantor, ciclista, santo e piloto de caça. Já há muito que sou grande e,
francamente, sou tarzan e é um pau...
Lições de História 16: Chamberlain
Chamberlain nasceu em 1869, em Heckfield, no Hampshire,
e foi primeiro-ministro do Reino Unido nos anos finais da década de
1930. Dessa época ficou-lhe a fama de otário, por ter assinado um acordo
com Hitler. Morreu em 1940 e joga actualmento no Liverpool.
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