Caboverdianamente
Detém-te lágrima
Não ferimos ainda o último combate
Ah este desejar loucamente o sol
este ansiar febril por fonte que não há
Detém-te e espera
caboverdianamente espera
o dia em que
devagarinho
penetrarás
a terra seminada de esperança
Detém-te lágrima
que estás no limiar do reino encharcado de ol
do belo reino encharcadode sol
a razão crioula da nossa luta
Detém-te e olha
as palavras feitas raizes
entrelaçadas de amor
e sangue
confundidas na mesma seiva
que alimenta montes e sargaços
Detém-te lágrima
e aguarda
calmamente aguarda
caboverdianamente
"Gritarei, Berrarei, Matarei, Não Vou para Pasárgada", Ovídio Martins
(Ovídio Martins nasceu no dia 17 de Setembro de 1928. Morreu em 1999.)
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