Eternidade
No começo, era simples brincadeira.
Mas foi crescendo pelo tempo em fora.
Se já deu sombra pela vida inteira,
como tem fruto e ritmos agora!
Creio que te falaram, companheira,
de uma árvore humaníssima e canora,
dessas que se debruçam, sem canseira,
sobre o perdido viajor que chora...
Hoje, eu te falo deste amor que, um dia,
sem reticências e sem falsos brilhos,
nasceu da nossa mútua simpatia.
Ele, decerto, pelos tempos há de
guardar, na morte, para os nossos filhos,
a sombra da ternura e da saudade...
"Água da Fonte", Jáder de Carvalho
(Jáder de Carvalho nasceu no dia 29 de Dezembro de 1901. Morreu em 1985.)
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