De "calças na mão" e a necessitar de dinheiro fresco "como de pão para a boca", Alberto João Jardim ameaça não assinar o plano de assistência financeira da Madeira se, na sua douta opinião, ele for "inexequível". "O resultado disto, se não assinar agora, é uma crise política", explicou o chantagista do Funchal, advertindo que não vai "demitir-se para fazer a vontade aos senhores de Lisboa, porque já lá foi o tempo em que Lisboa escolhia o governador da Madeira".
Claro que isto é só paleio. É o agarrem-me-senão-parto-tudo do costume. A inexequibilidade, de resto, é um conceito muito relativo e dado às mais cómodas interpretações. Às vezes basta desencravar um pentelho, na catroguiana expressão, para que tudo se componha. O próprio Jardim também é democraticamente inexequível, como todos sabem e alguns têm vergonha de dizer, e no entanto está lá no poleiro desde o século passado. Quer-se dizer: é só paleio, mas tem rendido.
Havia de ter piada se desta vez, pelo menos uma vez em trinta e tal anos, os senhores de Lisboa o deixassem arriar completamente as calças e depois... agissem em conformidade.
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