João Almeida, porta-voz do CDS e vice-presidente da bancada do partido, sugeriu ontem no Parlamento que os consumidores portugueses deveriam boicotar o Pingo Doce, como castigo pela deslocalização do principal accionista da Jerónimo Martins para a Holanda. "Se é legítimo a um empresário fazer essa opção - ainda que possa ser criticável -, também os consumidores podem retirar consequências dessa opção e adaptar o seu comportamento. Qualquer consumidor, perante esta opção do empresário, pode adaptar o seu perfil de consumo", disse o deputado.
Dei-lhe até à abertura do horário de expediente de hoje para vir explicar que o que disse não era o que queria dizer, que as suas declarações tinham sido retiradas do contexto, etc. e tal. Mas nada! E tomem nota que, a mim, não me pareceu que João Almeida estivesse a atacar o patronato (como se isso fosse possível!). O que eu percebi foi o CDS a virar-se mais uma vez contra os trabalhadores.
Explico: descontado o facto de outros grupos nacionais já andarem lá por fora a fazerem pela vida com os seus supermercados, o que eu pergunto é:
- Ok, liquidamos o Pingo Doce cá em Portugal. E o que é que fazemos com os seus trabalhadores?
- Ok, deixamos de comprar no Pingo Doce. E vamos comprar onde, nas lojas gourmet?
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