Nesta barquinha
audaz e temerária,
que a fantasia
nômade carrega
pelos mares em
fora, entregue à vária
sorte, a
minhalma célere navega.
Ferra o velame a
viração contrária...
As brancas velas
túmidas desprega;
e acompanhada
pela procelária
foge, no azul,
completamente cega.
Corta do mar a
superfície vasta;
o vento agita o
seu velame roto,
e em convulsões
no pélago se arrasta.
Mas vai por
diante a gôndola veleira...
e, enquanto o
teu amor for meu piloto,
a melhor vida é
a vida aventureira.
"Sonho", Azevedo Cruz
(Azevedo Cruz nasceu no dia 22 de Julho de 1870. Morreu em 1905.)
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