Pulvis
Levantei-a do pó. Formosa e triste.
Dei-lhe o meu braço e ela ficou sorrindo.
Seu sorriso de flor era o mais lindo
Que, nestes campos, por ventura, existe.
Ao brilho do meu nome foi subindo...
Tudo, perplexo, ao seu primor assiste.
E eu murmurava férvido: - subiste!
Fica-me, agora, erguidamente ouvindo.
Olha este céu de pérola e cobalto!
Aqui, façamos nosso alegre ninho...
E ela, sozinha, quis subir mais alto.
Subiu, vaidosa, numa verde chama...
Porém, sem meu amparo e meu carinho,
Tombou de novo, rápida, na lama...
Fernando Mendes de Oliveira Mendonça
(Fernando Mendes de Oliveira Mendonça nasceu no dia 2 de Junho de 1895)
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