Sonhei-te há muito! eras visão aérea,
Forma impalpável, mas que a alma via,
Na luz da lua, no cantar das aves,
Na aurora em flor quando a manhã sorria!
Longas, bem longas minhas horas todas
Perdi nas lutas de um cismar eterno!
Na voz enferma de minh´alma em febre
Liam-se estragos dum gelado inverno!
Forma impalpável, mas que a alma via,
Na luz da lua, no cantar das aves,
Na aurora em flor quando a manhã sorria!
Longas, bem longas minhas horas todas
Perdi nas lutas de um cismar eterno!
Na voz enferma de minh´alma em febre
Liam-se estragos dum gelado inverno!
Caladas horas se escoavam tristes
No tempo inglório que a sofrer passei;
E tu fugiste vaporosa sombra
E eu, insano, adormeci... sonhei!
No tempo inglório que a sofrer passei;
E tu fugiste vaporosa sombra
E eu, insano, adormeci... sonhei!
Criança ainda, tacteando em trevas,
Ouvi um poeta modular meu nome;
Um marco ergueu-se na minh´alma crente
Que a mão do tempo nunca mais consome!
Cresci - comigo o isolamento gélido.
Feri as cordas: era muda a lira!
De meu passado se levantam vagas
A que minh´alma com fervor se atira!
É que o passado se desfez nos prantos,
E a luz da aurora nunca mais eu vi!
Não há mais dia, para mim o tempo
É noite eterna e eu adormeci!
Ouvi um poeta modular meu nome;
Um marco ergueu-se na minh´alma crente
Que a mão do tempo nunca mais consome!
Cresci - comigo o isolamento gélido.
Feri as cordas: era muda a lira!
De meu passado se levantam vagas
A que minh´alma com fervor se atira!
É que o passado se desfez nos prantos,
E a luz da aurora nunca mais eu vi!
Não há mais dia, para mim o tempo
É noite eterna e eu adormeci!
Joaquim Xavier da Silveira
(Joaquim Xavier da Silveira nasceu no dia 7 de Outubro de 1840. Morreu em 1874.)
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