Cai a chuva impertinente.
Que tristeza existe em tudo!
Na rua anda toda gente
De capa ou de sobretudo.
É assim que, na praça em frente,
No seu manto de veludo,
Formosa moça, impaciente,
Espreita o tempo sisudo...
Vem o bonde. Um banco escolhe.
Lesta e séria as saias colhe,
Com graça quente e superna.
E, então, no bonde subindo,
Mostra, ingénua, um quadro lindo...
Roliço palmo de perna.
Abílio Barreto
(Abílio Barreto nasceu no dia 22 de Outubro de 1883. Morreu em 1957.)
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