Já as primeiras cousas são chegadas/I
Tanta foice isto é coice desconfio...
Tanto de marx martelar já cansa.
Adrede é labirinto não me fio
no fio que o comício ao coro lança.
De tanto ruminar tanto Rossio
numa canga aguilhando tanta esperança.
Tanto poder ao povo com feitio
de espezinhá-lo depois da governança.
Tanta denúncia. É a pedagogia
da Revolução que o excremento avia
e não chegámos ao último terceto.
Recém-nascida apenas deste em cabra
Ó Liberdade! Não sei como isto acaba,
não sei como acabar este soneto.
"Epístola aos Iamitas", Natália Correia
(Natália Correia nasceu no dia 13 de Setembro de 1923. Morreu em 1993.)
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