- Sou, com efeito, um bocado idiota, mas como é que o caro senhor adivinhou?
- Um pressentimento. É que eu também sou...
- O caro senhor também é um pressentimento?
- Não, não, caro senhor: também sou um bocado idiota.
- Como o mundo é pequeno! Somos então praticamente primos...
- Parentes, pelo menos...
- E, mal que lhe pergunte, o caro amigo é um bocado idiota por parte da senhora sua mãe ou por parte do senhor seu pai?
- Por parte do senhor meu pai.
- Mas isso é extraordinário, caro amigo, porque eu também sou...
- O caro amigo também é um bocado idiota por parte do senhor meu pai?
- Não, não, caro amigo: sou um bocado idiota mas por parte do senhor meu pai.
- Oh, que pena! Quase que éramos irmãos, não é?...
- Oh, que pena! Quase que éramos irmãos, não é?...
(A propósito. O extraordinário romancista russo Fiodor Dostoievski terá nascido no dia 30 de Outubro de 1821, embora haja quem diga 11 de Novembro de 1821. Dostoievski, que era engenheiro militar, escreveu, entre outras inúmeras obras-primas, "Crime e Castigo", "Os Irmãos Karamazov" e "O idiota". E é por isso.)
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