O dilema do almoço de domingo
Os domingos têm este pequeno problema, e quem seja de Fafe e antigo sabe do que falo: tripas ou vitela assada? Esta é que é a verdadeira questão, o shakespeariano dilema do almoço dominical. Os fafenses, gente de bom comer e satisfatório beber, resolveram facilmente o assunto, há muito, muito tempo: isto é, em vez de tripas "ou" vitela assada, o almocinho de domingo passou a providenciar tripas "e" vitela assada. Nem Salomão, no seu ancestral e sábio critério, tomaria decisão mais acertada.
A vitelinha guiava-se em casa, com vagar e carinho, com as voltinhas todas, e as tripas, regra geral, iam-se buscar num tachinho à Esquiça ou à Pacata, consoante a ideia que cada um tinha acerca da sua própria posição social.
Começava-se portanto pelas tripas, e a seguir vinha a vitela. O apetite era gerido ao milímetro, mais ou menos um bocadinho daquelas, mais ou menos um bocadinho desta - porque, como determina o princípio da impenetrabilidade da matéria, dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo, e as vacas é que têm felizmente quatro estômagos. Ora bem: a malta nova, pouco dada à tripalhada, reservava-se para a chicha com batatinha de ouro e arroz de forno. Mas de quando em quando reservava-se mal. Como daquela vez em que o nosso Zé não tocou no feijão. Perguntaram-lhe se estava doente, se tinha fastio, se queria um caldinho branco, se queria meter o termómetro. Que não, que não, que não e que não, respondeu respectivamente, e explicou todo gaiteiro: - Estou a guardar-me para a vitela!
Naquele domingo não havia vitela. E as tripas já tinham saído da mesa...
Começava-se portanto pelas tripas, e a seguir vinha a vitela. O apetite era gerido ao milímetro, mais ou menos um bocadinho daquelas, mais ou menos um bocadinho desta - porque, como determina o princípio da impenetrabilidade da matéria, dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo, e as vacas é que têm felizmente quatro estômagos. Ora bem: a malta nova, pouco dada à tripalhada, reservava-se para a chicha com batatinha de ouro e arroz de forno. Mas de quando em quando reservava-se mal. Como daquela vez em que o nosso Zé não tocou no feijão. Perguntaram-lhe se estava doente, se tinha fastio, se queria um caldinho branco, se queria meter o termómetro. Que não, que não, que não e que não, respondeu respectivamente, e explicou todo gaiteiro: - Estou a guardar-me para a vitela!
Naquele domingo não havia vitela. E as tripas já tinham saído da mesa...
Não é para me gabar, mas hoje cá em casa fiz massa à lavrador, por causa das coisas, e só sei dizer que estava uma especialidade.
O segredo está na pasta
Nem no molho, nem na massa. O segredo está na pasta. Uma pasta de segurança, diplomática, confidencial, fechada a sete chaves.
Massas
Gostava de uma boa massa à lavrador, de uma boa massa de marisco e sobretudo de uma boa massa de bacalhau. Quanto à massa de ar quente, não é que desgostasse, mas afligia-o a flatulência.
Gostava de uma boa massa à lavrador, de uma boa massa de marisco e sobretudo de uma boa massa de bacalhau. Quanto à massa de ar quente, não é que desgostasse, mas afligia-o a flatulência.
Pediu um copo-d'água. Trouxeram-lhe dois croquetes, dois rissóis de
camarão, dois rissóis de carne, meia dúzia de bolinhos de bacalhau
anões, uma empada de vitela, um pratinho de salada russa, um pratinho de
salada de feijão fradinho, um pratinho de polvo em molho verde, um
pratinho de moelas de coelho, um pratinho de massa à lavrador, um pires
de tremoços, cem gramas de camarão, duas navalheiras, quatro mexilhões
em vinagreta, três asas de frango, meia cabeça de leitão, quatro fatias
de lombo de porco assado, meia dose de rojões com arroz de sarrabulho,
uma canja com esgravatadeira, uma fatia de bolo-rei, um par de noivos,
um café. E um copo de água.
As extraordinárias descobertas da ciência
Os cientistas descobriram: os neutrinos têm massa. Os portugueses, de uma forma geral, não!
P.S. - Hoje, dia 25 de Outubro, é Dia Mundial das Massas.
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