[Passamos pelas coisas sem as ver]
Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.
"As Mãos e os Frutos", Eugénio de Andrade
(Eugénio de Andrade nasceu no dia 19 de Janeiro de 1923. Morreu em 2005.)
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