A plebe
desfere punhaladas na noite do Adrenalina
Os meninos e
as meninas dentro da madrugada
Wodka
Uísque
Absinto
A gente só
queria o coração sacudir
Falar a noite
inteira
Mentir é tão
simples
Fugir é tão
fácil
De volta para
casa
Tudo vai ficar
bem
O corpo se
estende na sarjeta
Os hells
limparam seus canivetes
Na cara
chocolate do moleque
Encheram seu
corpo de chutes
E o deixaram
com o seu ninho de cobras verdes mortas nos olhos
Abro caminho
no deserto negro dos olhos da menina
Pouco importa
a guerra noturna em Beirute
O fogo a
consumir os prédios da capital
A velha
lágrima presa por um alfinete na retina
Onde estará
com seu jeito inquieto de pardal
A cabeça
raspada de skinhead
Talvez a perca
para sempre
Quem sabe a
encontro amanhã
A voar sobre a
colina lilás
Nada a fazer
Murmuro uma
velha canção
Espanco uma
lata de cerveja
Não me esqueça
Espero no
mesmo lugar
Apareça antes que mais
alguém morra no bar
"Poemas do Front Civil", Ariosto Teixeira
(Ariosto Teixeira nasceu em 1953. Morreu no dia 23 de Janeiro de 2010.)
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