segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Microcontos & outras miudezas 191

Pobre país que assim despreza os seus escritores
A Senhora Dona Carolina Salgado foi condenada pelo tribunal a quatro meses de prisão, substituída pelo pagamento de 600 euros de multa, por não ter cumprido parte de uma sentença a que tinha sido condenada pelo tribunal em Outubro de 2010. De acordo com o jornal Correio da Manhã, especialista em Carolina Salgado, "o juiz considerou como atenuantes na elaboração da sentença a idade da arguida e a sua situação socioeconómica". A Senhora Dona Carolina Salgado tem 42 anos, se os registos não enganam, e é lamentável que padeça de uma "situação socioeconómica". Pobre país que assim despreza os seus escritores!

P.S. - Por outro lado, para quem sofre de uma "situação socioeconómica", não seria preferível ir quatro meses para a cadeia, com cama, mesa e roupa lavada? Pelas minhas contas, seiscentos euros é muito dinheiro...

Saindo do armário
Um dia ele saiu do armário e disse: - Mãe, gosto de mulheres.

A perna extra
"Fiambre da perna extra" faz lembrar a "quinta pata do cavalo". O que é desagradável.

As pancadas de Jean-Baptiste Poquelin
O francês Jean-Baptiste Poquelin inventou as famosas pancadas de Jean-Baptiste Poquelin, as quais, secas e consecutivas, batidas no piso do palco, anunciavam ao público o início de um espectáculo teatral. Alguém alvitrou, no entanto, que chamar pancadas de Jean-Baptiste Poquelin às pancadas de Jean-Baptiste Poquelin não tinha jeito nenhum, até soava mal ao ouvido, e que chamar-lhes, por exemplo, pancadas de Molière seria muito mais engraçado. Tinha razão. As pancadas mudaram então o nome para Molière e Jean-Baptiste Poquelin também. Assim se passaram as coisas.

P.S. - Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière, nasceu no dia 15 de Janeiro de 1622. As pancadas de Molière foram entretanto substituídas por apitos ou campainhas e por uma voz de altifalante que manda desligar os telemóveis.

Expressão dramática
Via-se logo que era professora de expressão dramática. Estava na cara.

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