Na presença de uma grande trovoada
Tremei, humanos: toda a natureza.
Do seu Deus ao aceno convocada,
Sobre negros trovões surge sentada,
Em cruel fúria contra nós acesa.
Do rosto seu escondem a beleza,
Medonha escuridade acompanhada
De abrasadores raios, e pesada
Saraiva que no ar estava presa.
Agora perde a cor de medo cheio,
O monarca feliz e poderoso,
Que o vil orgulho abriga no seu seio.
Tu descoras também, ateu vaidoso,
E menos cego sem achar esteio,
A mão, que negas, beijas duvidoso.
Sousa Caldas
(Sousa Caldas nasceu no dia 24 de Novembro de 1762. Morreu em 1814.)
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