O porto é o relógio
O relógio está parado
Doce vestígio encalhado
Não marca o tempo de aqui.
Que o tempo já foi, já fui.
Nesta praia, apenas,
Sou:
Concha morta, azul vazio,
Róseo inútil,
Morto ser.
Mas quando sinto que o mar
- Ó esperança em azul -
Vem despertar esta praia,
Então, fabrico o meu barco
E parto - o porto é o relógio -
E volto pro mar fecundo
Eu, ressurgida criança,
Em palavras verde-azul.
"Poemeu", Luiz Ruas
(Luiz Ruas nasceu no dia 28 de Novembro de 1931. Morreu em 2000.)
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