sexta-feira, 26 de junho de 2015

Francisco Otaviano 2

Morrer... dormir...

Morrer... dormir... não mais! Termina a vida,
E com ela terminam nossas dores;
Um punhado de terra, algumas flores,
E, às vezes, uma lágrima fingida!


Sim! minha morte não será sentida;
Não deixo amigos, e nem tive amores!
Ou, se os tive, mostraram-se traidores,
- Algozes vis de uma alma consumida.


Tudo é podre no mundo! Que me importa
Que ele amanhã se esboroe e que desabe,
Se a natureza para mim é morta!


É tempo já que o meu exílio acabe...
Vem, pois, ó Morte, ao nada me transporta...
Morrer... dormir... talvez sonhar... quem sabe?


Francisco Otaviano 

(Francisco Otaviano nasceu no dia 26 de Junho de 1825. Morreu em 1889.)

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