Portugal tem uma taxa de desemprego oficial na ordem dos 17 por cento. Os portugueses realmente desempregados são muitos, muitos mais por cento. Mas. Diz um estudo: 65 por cento dos, vá lá, 83 por cento dos portugueses que oficialmente têm emprego estão enfadados com o trabalho. Dizem-se insatisfeitos, manifestam-se desmotivados e desligados da empresa que lhes paga, ou nem sempre. Uma chatice, uma tragédia.
As percentagens são uma armadilha. E os "estudos" são uma treta. Foram sempre uma treta desde a invenção da roda e agora que já há parafusos são também um perigo. Porém. Este "estudo" em particular, valendo zero, põe-nos lamentavelmente as partes ao léu: em tempos socialmente cataclísmicos, dias sem-vergonha em que nem os velhos nem as viúvas se salvam, há gente da nossa que não sabe dar o valor ao que ainda tem - e já nem peço o respeito por quem não tem nada.
O indesculpável Pedro Passos Coelho está a tratar do assunto destes portugueses desconsolados com o emprego. Mais dia menos dia eles estarão também no olho da rua e, finalmente, felizes da vida. É o que não lhes desejo.
Diz que está a dar futebol da televisão. A Selecção. "Tivemos" 63,3 por cento de posse de bola. Estatristicamente.
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