sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ó prima, ó rica prima

Eu tinha umas primas de que não sabia. Foram-me apresentadas há coisa de dois ou três anos pelo meu amigo Paulo Silva, que as conhecia de ginjeira, e desde então não lhes largo as redondezas. Falei nelas no outro dia, disse ao Paulo que havíamos de ir às minhas primas e logo mentes perversas pensaram que eu estava a agendar uma noitada na casa da tia, melhor dizendo: em casa de tia. Mas nada disso. As primas de Leça do Balio são as Erdinger, as excelentíssimas cervejas alemãs que, como o seu próprio nome indica, são praticamente da minha família. E preciso urgentemente de fazer uma festa de despedida.
As Erdinger são infelizmente uma raridade nas prateleiras dos hipermercados. Descubro muito às vezes meia dúzia delas, e vêm logo todas comigo para casa. Mas há um certo sítio, uma esplanada num certo parque junto ao ex-rio mais poluído da Europa, onde costumo marcar encontro com elas e elas não costumam falhar. Parece traição à Pátria, mas é exactamente em Leça do Balio, o berço desse verdadeiro monumento nacional e património material da humanidade que é a Super Bock.
Para beber a Erdinger em casa como manda o figurino, até tive de comprar um copo, caro, enorme, bojudo e cheio de curvas, e é destas redondezas que eu falo. Estou a pensar vendê-lo, ao copo. As minhas primas que me perdoem, mas começam a estar muito acima das minhas posses. E não é que volte para os braços da Super Bock, não. Vou mesmo para a água, e da torneira, pelo menos enquanto não a vierem cá cortar. Portanto, adeus ó primas, ó ricas primas.

4 comentários:

  1. Com esta homenagem ás primas pode ser que te presenteiem neste NATAL, com uma visita.
    Abraço Miguel

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  2. Olha, não está nada mal visto, não senhor!
    Obrigado, Miguel, pela visita (por esta) e pelo comentário.
    Abraço.

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  3. Ainda tenho lá em casa duas primas. Mas mesmo ali à beira (se fosse lisboeta, tinha de escrever "ao pé"...) do rio é que elas sabem bem. Nem que seja num dia de chuva! Temos de lá ir.
    Abraço,
    P.

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  4. Tenho cinco. Estão no cofre! Mais dia menos dia acabo por levá-las ao prego, a ver o que é que dão.
    Mas é como dizes: temos de lá ir!
    Abraço.

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