São sempre os primeiros a serem abandonados, os nossos emigrantes. Estão longe, os seus protestos não chegam às escadarias de São Bento, portanto não aquecem nem arrefecem quem decide em Lisboa com a imensa desfaçatez dos que não têm a mínima ideia do que estão a fazer. O Governo vai encerrar postos consulares e cortar na rede de ensino do Português no estrangeiro. Os conselheiros das comunidades falam em sentimento de revolta e o movimento de emigrantes portugueses na Alemanha "Osnabrük Não Desiste" anunciou uma campanha de boicote ao envio de remessas de dinheiro para
Portugal, que poderá nos próximos tempos ser seguida noutros países. "Quando o nosso país, a nossa pátria,
nos vira as costas, vemo-nos forçados a fazer o mesmo", justificou
Nélson Rodrigues, coordenador do movimento, à Agência Lusa.
É a ameaça do costume, nunca cumprida, e que também por isso Lisboa nunca leva a sério. Mas devia. No total das comunidades portuguesas no estrangeiro, o valor das remessas ascendeu, no ano passado, a 2.400 milhões de euros. Os nossos emigrantes mereciam mais respeito.
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