Naquela
noite, na praia de areia fina, onde os avieiros pelo Inverno vêm puxar as
redes, só se ouvia o marulhar brando do Tejo a acariciá-la.
Estava noite de luar. Um luar brando de Outono que vestia as coisas de penumbra triste. Piscavam luzes na outra margem, dispersas aqui e além, mais ali reunidas, como num concílio de estrelas. Eram constelações de vidas, todas iguais vistas de longe.
A luz que iluminava o senhor não brilhava mais do que a outra que alumiava o servo. Ali não havia casebres, nem palácios. Todas eram irmãs, como ar; estrelas da Estrada de Santiago que polvilhavam de oiro o azul-negro.
Estava noite de luar. Um luar brando de Outono que vestia as coisas de penumbra triste. Piscavam luzes na outra margem, dispersas aqui e além, mais ali reunidas, como num concílio de estrelas. Eram constelações de vidas, todas iguais vistas de longe.
A luz que iluminava o senhor não brilhava mais do que a outra que alumiava o servo. Ali não havia casebres, nem palácios. Todas eram irmãs, como ar; estrelas da Estrada de Santiago que polvilhavam de oiro o azul-negro.
"Gaibéus", Alves Redol
(Alves Redol nasceu no dia 29 de Dezembro de 1911. Morreu em1969.)
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