O homem que sabia de codornizes
José Mário Branco. Conta a jornalista Catarina Carvalho,
do DN, que José Mário Branco lhe disse uma vez, durante a produção de
um disco para uma fadista famosa, que aquilo era trabalho de rigor, de
filigrana. "É chupar os ossinhos da codorniz", explicava o mestre.
Fiquei contente. José Mário Branco sabia de quase tudo e, tomem lá, até
sabia de codornizes. E eu não sei de nada, mas desunho-me satisfatoriamente com
as codornizes. A minha platónica relação com José Mário Branco era de
admiração e reverência. Sobretudo respeito: silêncio, que se vai ouvir
José Mário Branco. A partir de hoje a nossa relação é de camaradagem,
acho que tenho esse direito. Que ninguém separe o que a codorniz uniu. E
era mais duas bifanas e dois fininhos, se faxavor!
P.S. - No mesmo DN escreve-se sobre "tetos" para os sem-abrigo em Lisboa. Tetos, pois. Quando forem horas de mamar, chamem-me.
Ele há dias
Há dias que são noites.
O Zarco do Castelo do Queijo
João Gonçalves Zarco, da nobre família dos Zarcos de Valdevez, foi um
navegador português e cavaleiro fidalgo da Casa do Infante D. Henrique,
que o encarregou de organizar o povoamento e administrar a zona
funchalense da Ilha da Madeira enquanto Alberto João Jardim não
chegasse. Dito e feito. Quando se reformou, o velho Zarco, que não era
tolo e tinha agasalhado uns cobres, abriu uma escola em Matosinhos mas
escolheu a Foz, no Porto, para morar, instalando-se desafogadamente na
famosa Rotunda do Castelo do Queijo, a que também chamam Praça de
Gonçalves Zarco exactamente em homenagem à estátua equestre de D. João
VI.
Nem sempre carne ou peixe
Como diz a minha sogra. "Nem sempre carne ou peixe. De vez em quando também é preciso comer um bocadinho de bacalhau."
Marx, o da harpa
Depois de ter inventado o comunismo, Marx fez comédia em Hollywood,
cantou "A mula da cooperativa", foi candidato à Presidência da República
e abriu um restaurante em Fafe. Actualmente diz piadas na rádio e joga a
defesa direito no FC Porto.
P.S. - Publicado
originalmente no dia 2 de Março de 2014. O comediante Harpo Marx, que se
chamava de baptismo Adolph Arthur Marx, nasceu no dia 23 de Novembro de
1888. Não era mudo, mas em cena só comunicava por gestos, buzinas e
assobios. E tocava muito bem harpa. Exactamente: Harpo, o da harpa.
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