A ordem natural das coisas
A Esperança foi a primeira a morrer. Era a mais velha...
E contigo também
Prazeres entrou para o convento e nunca mais houve sossego...
Les bourgeois
Mercedes tinha um defeito, aquela pose de nova-rica... A Esperança foi a primeira a morrer. Era a mais velha...
E contigo também
Prazeres entrou para o convento e nunca mais houve sossego...
Les bourgeois
Come tudo, tudo, tudo
Sebastião foi finalmente condenado por violência doméstica...
Enganadores...
Desempregado há seis anos, leu o título do jornal Público: "Portugal já recuperou o emprego perdido durante a troika". No dia seguinte apresentou-se ao serviço...Crimes de peso
Era um contumaz praticante de crimes de peso. Até que foi apanhado. Os fiscais apreenderam-lhe a balança e o tribunal aplicou-lhe um coima de mil euros.
O senão do Aristeu
- Ó mor, posso chamar-te Arismeu?...
O Texas
O Texas era um tasco em Fafe. Chamava-se também Quiterinha, derivado ao
nome da dona, senhora respeitável, ou Pensão Império, nunca soube derivado a
quê. Estão a ver a Rua Monsenhor Vieira de Castro, quem vai para o
Picotalho, do lado do Cinema, depois da padaria e encostado ao Noré,
mesmo em frente à cabine, antes de chegar às Grilas e
ainda mais às Turicas? O Texas era exactamente aí, previamente a ter-se
instalado de armas e bagagens no mapa dos Estados Unidos da América,
segundo vi depois nos filmes a cores. O Texas, o nosso Texas, o verdadeiro Texas, era a preto e branco e
tinha, após o balcão, um reservado com vista para a cozinha e para os
campos do Santo,
onde hoje se ergue o cimento do Pavilhão Municipal. Foi no nosso Texas,
na sala da frente, que eu vi na televisão os jogos de Portugal no Mundial de 1966.
Ao Texas fui com o meu pai, no Texas confraternizei com os músicos antigos da Banda de Revelhe, que tinha casa de ensaio ali a dois (com)passos, coisa tão a calhar, com o querido Senhor Ferreira do Hospital
ou com o Queirós, meu camarada bissexto na fábrica e provavelmente o
melhor tintureiro do mundo, desse-se o caso extraordinário de ele
aparecer ao trabalho...
Vamos dizer, então, que o Texas, o nosso, era uma casa de pasto
- sem ofensa para todos os verdadeiros americanos do faroeste,
incluindo gado cavalar e vacum. As portas do Texas eram verdes, mas não
eram de saloon. Cobóis, apareciam alguns, sobretudo às
quartas-feiras, porém não me lembro de tiros. Naquele tempo em Fafe,
terra de paz e amor, matava-se mais à sacholada. Borracheiras havia-as, e
eram acontecimento de alta patente, é preciso que se note. Não tínhamos
xerife, mas tínhamos o Chester, tínhamos o regedor de pistolete à cinta e tínhamos o Miguel Cantoneiro, que, para todos os efeitos, também era autoridade. Às vezes, quando não era precisa, também tínhamos polícia...Em todo o caso: no Texas, no nosso Texas, um palerma do calibre de Donald Trump nunca seria escolhido sequer para fazer a escrita da sueca...
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