[Ó máquinas febris]
Ó máquinas febris! eu sinto a cada passo,
nos silvos que soltais, aquele canto imenso
que a nova geração nos lábios traz suspenso
como a estância viril duma epopeia d'aço!
Enquanto o velho mundo arfando de cansaço
prostrado cai na luta, em fumo negro e denso
levanta-se a espiral desse moderno incenso
que ofusca os deuses vãos, anuviando o espaço!
Vós sois as criações fulgentes, fabulosas,
que, vibrantes, cruéis, de lavas sequiosas,
mordeis o pedestal da velha majestade!
E as grandes combustões que sempre vos consomem
começam, num cadinho, a refundir o homem,
fazendo ressurgir mais larga a humanidade!
Ó máquinas febris! eu sinto a cada passo,
nos silvos que soltais, aquele canto imenso
que a nova geração nos lábios traz suspenso
como a estância viril duma epopeia d'aço!
Enquanto o velho mundo arfando de cansaço
prostrado cai na luta, em fumo negro e denso
levanta-se a espiral desse moderno incenso
que ofusca os deuses vãos, anuviando o espaço!
Vós sois as criações fulgentes, fabulosas,
que, vibrantes, cruéis, de lavas sequiosas,
mordeis o pedestal da velha majestade!
E as grandes combustões que sempre vos consomem
começam, num cadinho, a refundir o homem,
fazendo ressurgir mais larga a humanidade!
"A Alma Nova", Guilherme de Azevedo
(Guilherme de Azevedo nasceu no dia 30 de Novembro de 1839. Morreu em 1882.)
Sem comentários:
Enviar um comentário