Sentia que o amor era uma luta e que eu, amarrado de preto, não poderia lutar. A bruscos golpes de cólera, eu erguia-me às vezes sobre o meu desalento. E atirado nela, como numa vergasta, parecia-me que era só abrir a mão para colher o meu sonho de liberdade. Mas o meu esforço esgotava-se antes do fim. Então eu recaía para o meu cansaço e sentava-me à beira da estrada a dizer adeus à vida com o olhar.
"Manhã Submersa", Vergílio Ferreira
(Vergílio Ferreira nasceu no dia 28 de Janeiro de 1916. Morreu em 1996.)
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