Vou narrar agora um fato
              Que há cinco séculos se deu
              De um grande capitalista
              Do continente europeu
              Fortuna como aquela
              Ainda não apareceu
              
Pedro Cem era o mais rico
              Que nasceu em Portugal
              Sua fama enchia o mundo
              Seu nome andava em geral
              Não casou-se com rainha
              Por não ter sangue real
Em prédios, dinheiro e bens
              Era o mais rico que havia
              Nunca deveu a ninguém
              Todo mundo lhe devia
              Balanço em sua fortuna
              Querendo dar não podia
Em cada rua ele tinha
              Cem casas para alugar
              Tinha cem botes no porto
              E cem navios no mar
              Cem lanchas e cem barcaças
              Tudo isso a navegar
Tinha cem fábricas de vinho
E cem alfaiatarias
              Cem depósitos de fazenda
              Cem moinhos, cem padarias
              E tinha dentro do mar
              Cem currais de pescaria
Em cada país do mundo
Possuía cem sobrados
              Em cada banco ele tinha
              Cem contos depositados
              Ocupavam mensalmente
              Dezesseis mil empregados
Diz a história onde li
O todo desse passado
              Que Pedro Cem nunca deu
              Uma esmola a um desgraçado
              Não olhava para um pobre
              Nem falava com criado
[...] 
"A Vida de Pedro Cem", Leandro Gomes de Barros
(Leandro Gomes de Barros nasceu no dia 19 de Novembro de 1865. Morreu em 1918.) 
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