Jornal, longe
Que faremos destes jornais, com telegramas, notícias, 
 anúncios, fotografias, opiniões...?
Caem as folhas secas sobre os longos relatos de guerra: 
 e o sol empalidece suas letras infinitas. 
 Que faremos destes jornais, longe do mundo e dos homens? 
 Este recado de loucura perde o sentido entre a terra e o céu. 
 De dia, lemos na flor que nasce e na abelha que voa; 
 de noite, nas grandes estrelas, e no aroma do campo serenado. 
 Aqui, toda a vizinhança proclama convicta: 
 "Os jornais servem para fazer embrulhos". 
 E é uma das raras vezes em que todos estão de acordo.
"Mar Absoluto e Outros Poemas", Cecília Meireles
(Cecília Meireles nasceu no dia 7 de Novembro de 1901. Morreu em 1964.) 
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