terça-feira, 27 de março de 2012

Querem é sexo

Sou muito procurado por causa de sexo. É verdade: centenas de visitantes do Tarrenego! entram aqui pela primeira vez porque pesquisam na Net palavras-chave tão atesoadas e cheias de segundas intenções como "belas e perigosas", "foder no parque", "mamas", "amantes", "portuguesas malucas", "portuguesas perigosas", "comendo a tia safadinha" (palavra de honra!), "putas", "prostitutas" ou "padres de Viana do Castelo". Depois levam com um balde de água fria no focinho, vão-se abaixo e se calhar nunca mais voltam. Compreendo-os.
Há outros leitores, igualmente solitários e amantes dos trabalhos manuais, porém de hábitos um pouco mais arejados e produtivos (a jardinagem ou a culinária, por exemplo), que contactam comigo através de senhas como "Alberto João", "o seringador", "arroz de polvo carolino ou agulha", "esquerda caviar", "onde comer sardinhas", "Anthony Bourdain", "ah faneca!" e "moelas de coelho". Sobretudo "moelas de coelho". Percebo também que fiquem desconsolados com o que tenho para lhes dar e não posso levar a mal o raspanete que achem por bem (no caso dos fiscais de serviço do Bloco de Esquerda), embora lamente que me virem as costas de vez. Já agora: para o polvo, arroz carolino. E é claro que os coelhos não têm moelas, mas o meu amigo Peixoto, em Fafe, cozinha-as muito bem.
Quase que só sobram então os americanos, os russos e os alemães, que são sempre os primeiros a chegar e, honra lhes seja!, não me largam. E é muito fácil mantê-los interessados. Basta-me meter um texto qualquer com uma ou mais destas inocentes palavras: "terrorismo", "EUA", "Putin", "Bush", "Obama", "Saddam Hussein", "Al-Qaeda", "Merkel", "Papa", "armas" ou "bomba", e meia dúzia de segundos depois já cá estão eles a bater-me à porta. É automático.
O que eles querem sei eu. No fundo, anda tudo ao mesmo: querem sexo, como os das "mamas" e das "prostitutas". Querem ver se me fodem, com licença da palavra. Mas também vêm ao engano.

(E depois há os casos que podem ser sérios. Como ontem, quando alguém caiu no Tarrenego! com a conjugação de palavras-chave "quero denunciar o meu pai que me maltrata". Peço desculpa pela pista falsa e espero sinceramente que quem estava aflito, se assim era, tenha encontrado a ajuda de que precisava.)

2 comentários:

  1. Já não te bastavam os "Espreitas do parque". Agora também tens os "Espreitas do Tarrenego"!
    Abraço grande,
    P.

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    1. Alguém tem que zelar pela moral e pelos bons costumes deste País sem cheta mas cheio de tesão. Já que mais ninguém avança, fico eu a tomar conta. Na prática, sou um espreita dos espreitas...
      Obrigado, P., pela visita e pelo comentário. Grande abraço.

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