Mulheres
vejam-se as mulheres no tempo do calor os seus
vestidos leves coloridos as suas
pernas bronzeadas soltas o rio
entre os seios oferecido aos olhos elas
são a natureza visível na cidade o apelo campestre
elas são a promessa a antecâmara do sonho as
barcas do desejo gostava de dizer: as cabras somente
adivinhadas sem ofensa deslumbrado
com os seus leves movimentos rápidos seguros
inquietantes as mulheres no seu desassossego vão
discretas sossegadas momentâneas vão
diz-se que buscam a segurança que são enredos
que enredadas amam diferente ternas abraçam sem
paixão senhoras da harmonia assim se entregam se...
vejam-se as mulheres no tempo do calor
a leveza com que dançam ao luar podiam dançar
a forma como se deixam abraçar pelo sol voluptuosas
sim são um povo estranho as mulheres crescem mais
depressa ficam depois dos homens muitas vezes
felinas no movimento esgueiram-se pelos beirais da
noite são elas as luzes a densa escuridão
o choro e o riso guardiãs da memória
contam: era uma vez...
ah! as mulheres no tempo do calor.
"Só as Emoções", Mário Contumélias
(Mário Contumélias nasceu no dia 3 de Junho de 1948. Morreu em 2017.)
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