Árvore
ferida
Ante a
constelação do céu florindo em lume
Temos, ó
árvore, o mesmo ideal e a mesma sina...
Sangrou-me
o peito inerme a sensação divina,
Como a acha
te sangrou em golpe de negrume.
Dando esmola
ao faminto e consolo à ruína
Subimos em
bondade, ardemos em perfume...
Bendita a
dor criadora, o perfurante gume,
Que em mim
produz o verso e em ti produz resina...
Ninguém
virá curar-te! Apenas os ramalhos
ensinarão à
flor a música dos galhos
e ensinarão
ao galho as lutas das raízes.
Ninguém
virá curar-me! Os meus versos apenas
serão o
bálsamo desfeito em minhas próprias penas,
sob a ronda
de dor dos dramas infelizes.
"Buzina dos Paranás", Álvaro Maia
(Álvaro Maia nasceu no dia 19 de Fevereiro de 1893. Morreu em 1969.)
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