A morte nas ilhas (afortunadas?)
Se eu fosse água que milagre celebraria?
Nem sou sequer ainda a sua evaporação.
Não é as ilhas que os sonhos rebentam?
Eu vi as ninfas emergindo das águas
fartas de ilhas querendo invadir as caravelas:
quilhas afiadas no esmeril da areia.
A que trajecto pertenço? Todas as ilhas
São sementes de agonia. Nelas crescem fortalezas
aonde assomam às areias heróis que são
crianças mortas: quartos esquecidos duma casa.
A derrota são os canhões silenciosos pela aurora.
Nem a existência de um rei é um estandarte.
"A Flor Evaropada", Alexandre Pinheiro Torres
(Alexandre Pinheiro Torres nasceu no dia 27 de Dezembro de 1923. Morreu em 1999.)
Sem comentários:
Enviar um comentário