Alucina-te a cor
Alucina-te a cor e a calmaria
desse oceano fulgente em que demoras
o olhar em sonho a germinar auroras...
entre a quimera e a líquida ardentia...
Pareces caminhar magnetizada,
sob um chover de estrelas e de rosas...
pelo florir da luz quimerizada
surges de um mar de nuances misteriosas...
Como ilha de aromas e de gases,
esparsa, no silêncio, que desperta...
o lírio de teu gesto, entre lilases!
Acenando do azul do meu assomo...
ou da érea visão que à luz deserta,
ao mágico poder que vem dum gnomo!...
"Poema do Ópio", Ernani Rosas
(Ernani Rosas nasceu no dia 31 de Março de 1886. Morreu em 1955.)
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