Um grande nome
A organização tinha prometido um grande nome em palco e cumpriu
satisfatoriamente. Quando as luzes se acenderam, o artista chamava-se,
com efeito, José Manuel-António Ferreira Rocha Vieira da Silva Pereira
Gonçalves Ribeiro e Castro Melo Antunes Bastos Monteiro Neves Brochado
Macedo Nogueira Santos Oliveira Costa Rodrigues Martins Carvalho Marques
Almeida Cunha Pires Lopes de Perestrelo e Lencastre.
Para bom entendedor
- Então já soubeste do gajo...
- Oh!, pá...
- O gajo...
- É sempre o mesmo...
- Diz-me ele...
- Tem a mania...
- Mas eu...
- Fizeste bem...
- Sabes como é que eu sou...
- És...
- Ele ainda começou...
- Mas tu...
- Havias de ter visto...
- Faço ideia...
- Um gajo tem...
- A quem o dizes...
- Gostei de falar contigo.
- Ainda bem que resolveste o assunto.
- Qual assunto?
- O teu assunto com o gajo.
- Qual gajo?
- Oh!, pá...
Quando se tem queda para a queda, tem-se
Quitério, fazendo jus ao extraordinário azar que lhe é apanágio, caiu e
partiu o braço em dois sítios: mais precisamente em Mirandela, há coisa
de dez anos, e no Sabugal, fará amanhã quinze dias.
Os intelectuais
Quitério tinha um problema com os intelectuais. Percebia tudo o que eles diziam, mas nunca sabia do que é que falavam.
Tive lá e prontos...
- Você esteve lá?
- Tive.
- Teve o quê?
- Tive o quê?... Tive lá.
- Mas teve o quê?
- Mas tive o quê o quê?
- O que é que você teve lá?
- Tive lá e prontos...
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