Soneto de amor
Tantos passaram pelo teu caminhos
Antes que fosse a hora de eu passar,
Que tenho a dor de me não ver sozinho
Na memória fiel do teu olhar.
Nenhum te disse frases de carinho,
nenhum parou, talvez, para te amar...
E vão perdidos no redemoinho
Da vida e nunca mais hão-de voltar.
Para ti, nenhum foi o mesmo que eu...
- Mas porque a tua vista os abrangeu
Mesmo sem alegria, amor ou fé,
Deles alguma coisa em ti existe
- Alguma coisa que me deixa triste
Porque não posso adivinhar o que é!...
João de Barros
(João de Barros nasceu no dia 4 de Fevereiro de 1881. Morreu em 1960.)
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