Às chagas
Divinas mãos, e pés, peito rasgado,
Chagas em brancas carnes imprimidas,
Meu Deus, que por salvar almas perdidas,
Por elas quereis ser crucificado.
Outra fé, outro amor, outro cuidado,
Outras dores às vossas são devidas;
Outros corações limpos, outras vidas,
Outro querer no vosso transformado.
Em vós se encerrou toda a piedade,
Ficou no mundo só toda a crueza;
Por isso, cada um deu do que tinha:
Claros sinais de amor, ah saudade!
Minha consolação, minha firmeza,
Chagas do meu Senhor, redenção minha.
Frei Agostinho da Cruz
(Agostinho Pimenta, mais conhecido como Frei Agostinho da Cruz, nasceu no dia 3 de Maio de 1540. Morreu em 1619.)
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