terça-feira, 6 de maio de 2014

Pinto da Costa em casa de Jorge Mendes 2

16h50. Pinto da Costa sai da casa-forte do superagente de futebol Jorge Mendes, algures na zona da Foz rica, Porto com vista para o mar. Sai sozinho, ao volante do BMW presidencial. (Faltam três horas para o jogo com o Rio Ave e uma eternidade para o fim de uma época lastimável a todos os títulos - e o pior ainda poderá estar para vir.) Anda cerca de cinquenta metros, dá delicadamente a volta e regressa à mansão dos três milhões. Manobra de reconhecimento do terreno, só para confirmar que não há mouro na costa? Talvez. Os portões de Shangri-La abrem-se de novo, as câmaras de vigilância são mais que as mães e estão atentas. Lá dentro, de quem se terá "esquecido" o presidente do FC Porto?

Foi assim que escrevi no dia 21 de Abril de 2014, às 17h34. Na minha infinita ingenuidade, pensei que tinha deixado um boa pista aos jornalistas com emprego, mas enganei-me. Ninguém me ligou para confirmar e desenvolver, ninguém ligou ao que eu vi e contei. Ninguém quis saber mais, porque trabalhar faz calos. Compreendo-os.
Passaram-se quinze dias. Dizem agora que Julen Lopetegui, "apontado" como futuro treinador dos Dragões, andou por aí e até viu o FC Porto-Rio Ave no camarote de Jorge Mendes. E esta manhã Pinto da Costa marcou uma conferência de imprensa para daqui a 50 minutos. Os jornalistas com emprego irão todos a correr: gostam da papinha feita, e que lha dêem à boca.

6 comentários:

  1. Eu li os seus textos, este e o primeiro, e só posso concluir: tem toda a razão. Mas não admira: hoje os jornalistas são espécie rara. Há, isso sim, produtores de conteúdos, preferencialmente com o rabinho sentado nas Redacções, ou em trânsito para serem assessores de um qualquer personagem mais ou menos em alta. Abraço.

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  2. Um país que se dá ao luxo de passar para a "retaguarda" Jornalistas como Hernâni Von Doellinger e Soares Novais, é um país que se quer cada vez mais MADRAÇO e ANAFABETO.
    Gaspar de Jesus

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    1. Sei que és um grande amigo, Gaspar, mas tira-me desse filme.
      Abraço,
      h.

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  3. É no que dá a fórmula, defendida por muitas "intelijumências", de trocar 1 de 1500 por 3 de 500.
    Há mais braços, como pretendem, e menos problemas. Mas o verdadeiro problema, digo eu, é que deixa de haver notícias.
    Grande abraço,
    P.

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