2. Torgal Ferreira disse o que milhões de portugueses pensam, dizem e escrevem. Eu costumo pensar, dizer e escrever o que ele disse. Sou católico, mas, embora tenha ido aos treinos, não sou bispo. Portanto eu posso.
3. Virgens e talibãs do PSD, sentinelas de serviço na blogosfera, caíram em cima do bispo com quanta força tinham à mão - porque eles também podem. Aceito: é o papel deles como o meu. Higiénico.
4. Já a lapidação ia a meio quando dei fé que os entusiasmados arremessadores de pedras se haviam esquecido de desmentir Torgal Ferreira, coisa de nada. Era matá-lo, porque o homem gosta de umas comezainas e dá-se com perigosos "socialistas". Disso o acusam e só. Começo a temer pela minha própria vida.
5. Mas se é isto que têm para apresentar contra o bispo, que se calhar também bebe uns copos fora das refeições, então os seus acusadores melhor fariam se fossem à merda.
6. Não percebo porque é que Torgal Ferreira não pode dizer o que disse por ser bispo católico. Do género: tudo o que o gajo diz é verdade, mas devia era estar caladinho.
7. Estou farto de bispos sacristas que só dizem amém.
8. A Hierarquia católica portuguesa ficou envergonhada com o que o bispo Torgal Ferreira disse. E desmarcou-se imediatamente. Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal, fez até questão de frisar à rádio Antena 1, com assinalável persistência e deselegância, que isto são apenas "declarações pessoais de um certo senhor bispo", nas quais a Igreja "naturalmente" não se revê.
9. Há coisa de dois mil anos, contam os Evangelhos, um certo Senhor Jesus Cristo chegou a usar a força física para expulsar, a chicote, os vendilhões do templo. Um determinado Senhor Jesus Cristo que não descansou enquanto não fez a folha a escribas e fariseus hipócritas, aos quais chamava raça de víboras e sepulcros branqueados. Que era o que naquele tempo se chamava (e os exegetas não me deixarão mentir) aos malabaristas políticos dos "jogos atrás da cortina, habilidades e corrupção". Era como se um certo Senhor Jesus Cristo dissesse: "Eu não acredito nestes tipos, em alguns destes tipos, porque são equívocos, porque lutam pelos seus interesses, porque têm o seu gangue, porque têm o seu clube, porque pressionam a comunicação social".
10. Às vezes dá jeito à Hierarquia da Igreja Católica portuguesa fazer doutrina com este Jesus Cristo musculado. Desta vez não.
Não sou católico. Mas em relação à sua crónica, só posso dizer, e muito seriamente, AMEN!
ResponderEliminarSe não leva a mal (e, claro, sem beliscar minimamente as suas convicções, que respeito por que sei que são sérias), acrescento que os «Manuel Morujão» que controlam a igreja católica há muitos, muitos anos, são os responsáveis por milhões de crentes nessa ideologia a terem abandonado. Muitos deles por vergonha.
M. Flórido
Grande abraço, M. Flórido.
EliminarOra eu que nunca tive a mínima vocação para Bispo, nem sequer fui aos treinos, porque me dizia que dar uso à pilinha era pecado e outras coisas que tais, dei comigo a pensar, ora aqui está um gajo com eles no sítio...! Ah como gostaria de ter sido eu o entrevistado. Claro que a Corja de corruptos e malfeitores cai-lhe em cima, cuspindo baba e ranho, mas isso deve ser o lado para onde ele dorme melhor! Não só não tiveram coragem para desmentir o homem, como hoje,, o "cavalinho de mancha branca na crina" (vulgo ministro da defesa)veio de mansinho, dizer numa das comissões do Parlamento que o governo vai (finalmente) esta semana, disse e repetiu, limpar o verdete da fechadura e retirar da gaveta os super-congelados acessos às promoções nas carreiras militares...
ResponderEliminarNão sei porquê, lembrei-me da canção do Ségio Godinho " estive quase morto no deserto...e o Porto aqui tão perto!
Ah Grande Senhor Bispo. Tão grande, que não cabe, na servil e manietada igreja portuguesa.
Inteiramente de acordo...Continuo, porém, sem perceber por que motivo as forças armadas de um país laico têm no seu quadro um bispo católico...
ResponderEliminarOk Hernâni posso concordar contigo, mas ainda bem que o homem lá está, caso contrário, em lugar de baba e ranho, era só sorrisos...
ResponderEliminarGaspar de Jesus
Amigo Gaspar,
EliminarO anterior comentário não é da minha lavra. É de um leitor, a quem, já agora, agradeço a visita e a opinião.
h.
Olá meu Amigo
ResponderEliminarCuriosamente também escrevi no meu blogue sobre sete assunto.
Não sendo, nem por sombras, virgem ou talibã do PSD, antes pelo contrário, não posso deixar de reprovar a atitude do senhor General.
Não o critico por ele ser bispo da Igreja Católica, religião que há muito deixei de professar.
Critico-o por ser um dos tais que, como cão ingrato, morde a mão do próprio dono, daquele que lhe dá o bom ordenado e as mordomias correspondentes ao cargo que ocupa, o de Oficial General nas Forças Armadas.
Mordomias que o meu Amigo, eu e o nosso comum Amigo Gaspar ajudamos a pagar com os nossos impostos.
Se isto se passasse numa empresa e o trabalhador acusasse, publicamente e sem o provar, o seu patrão de ser corrupto, o que lhe aconteceria? Deixemos isso à imaginação de cada um.
Por outro lado há limites na linguagem que se devem ter em público. Quem deve dar o exemplo, como é o caso, maior obrigação tem de ser educado.
O indivído em causa foi malcriado (e hoje continuou a sê-lo no Jornal i), difamou pessoas (porque não apresentou provas do que disse) e, afinal, continua a mamar na teta da vaquinha.
Sempre lhe digo, meu Amigo, que, se eu mandasse, acabava-lhe com o posto.
Afinal Portugal é um país laico e nós portugueses não temos que pagar o soldo (e não só) às dezenas de oficiais-capelães que andam pelo nosso exército, marinha, força aérea e GNR.
Se não há para todas as outras religiões, porque é que a Igreja de Roma há-de ser diferente ?
Só para terminar, e pedindo desculpa pelo tempo e espaço que lhe roubo, sempre lhe digo que, em minha opinião, a tal Hierarquia católica sempre se portou muito mal quando lavou as mãos como fez Pilatos, dizendo que o seu membro, falou em nome pessoal.
E parece que os "pilatos" nada mais fazem !!!
Abraço com admiração
Jorge
Muito obrigado, caro Jorge Costa Reis, pela sua opinião. Abraço,
Eliminarh.
Caro Jorge Costa Reis,
ResponderEliminarCom todo o respeito que devo a alguém que é amigo de amigos meus, tenho que notar que mergulha distraidamente num equívoco do tamanho da Basílica de São Pedro.
D. Januário não tem nada de “cão ingrato” (e chamou-lhe malcriado, né?!) que “morde a mão do próprio dono”. Muito simplesmente porque o “dono” de D. Jánuário é o povo, o patrão que lhe paga as “mordomias” são os contribuintes. Na verdade, D. Januário está ao serviço de todos nós, como todos os governantes deviam estar; é nosso funcionário, como os governantes são, embora estrategicamente o esqueçam.
Portanto, é a nós, ao povo, aos Portugueses, a Portugal, e não aos governantes, ou ao PSD ou ao PS ou aos generais ou aos bispos, que D. Januário deve prestar contas.
Ao contrário do que afirma, D. Januário cumpriu o seu dever.
Manuel Almeida
PS – Um pequeno comentário ao seu “há limites na linguagem que se devem ter em público”. Num momento em que o País desespera por verificar que as pessoas a quem D. Januário se refere roubaram e roubam e continuarão a roubar despudoradamente (sem limites...), não posso deixar de ficar perturbado com essa sua macedónia que mistura a fleuma britânica com os nossos brandos costumes.