Muitos anos antes, o Macário secretário de Estado do Ambiente disse umas razoáveis palermices sobre tabaco, beijos e cinzeiros. E eu perdoei-lhe: o homem falava do fundo do coração. A pobreza gramatical, a ignorância das semânticas, a paixão pelo ciclismo, aquela cara de cabo de grupo de forcados amadores desarmavam-me a crítica. Ele até chamava esposa à mulher, e por causa disso levou um puxão de orelhas da Vera Lagoa, em directo, na televisão. Não desfazendo, sempre me pareceu muito boa pessoa.
Agora isto: Macário Correia condenado por violação do Plano Director Municipal e do Plano Regional de Ordenamento do Território. Violação. É dose. Macário, filho de pais agricultores, presidente da Associação de Estudantes, engenheiro agrónomo e arquitecto paisagista, mestre em Economia Rural, deputado do PSD, ajudante de Cavaco Silva, presidente da Comissão Parlamentar da Saúde, vereador da Câmara de Lisboa, grande-oficial da Ordem de Mérito e presidente do Crédito Agrícola do Sotavento Algarvio. Mais do que o Miguel Relvas. E condenado. Acho uma injustiça que a Justiça não tenha ligado ao seu "currículo profissional".
A propósito: são duas seguidas para o PSD e isto não fica assim, que o Relvas não deixa. O PS que vá baixando as calcinhas.
Com tantos violações dos planos que se praticam por este país fora, ainda gostava de saber o que fez este infeliz para sentir toda esta fúria justiceira desisaltinizada e desfelgueirizada. É caso para dizer que em qualquer plano cai a mancha.
ResponderEliminarObrigado, caro João do Lobo, pela visita e pelo comentário.
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