Eram um casal e o filho, a rondar os onze anos, e saíam do restaurante depois de jantar.
- Queres ir? - pergunta a mãe, urbana e meiga?
- Aonde? - diz o miúdo.
- Não se diz aonde. É onde. Estou farta de te dizer - corrige a mamã, instantaneamente ríspida, e a conversa acaba logo ali, por baixo da minha varanda.
É. A ignorância envernizada cuida que o aonde é um regionalismo, um parolismo. E os doutores da mula ruça, como não sabem por onde lhe devem pegar, pegaram nele e enfiaram-no no baú dos falsos arcaísmos. Mas o menino falou bem. E a mãe corrigiu mal. Depois entraram no Mercedes.
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