O SIEV foi criado em 18 de Maio de 2009, no reinado de José Sócrates. O Ministério da Obras Públicas, Transportes e Comunicações atribuiu-lhe "o exclusivo de exploração e gestão do sistema de identificação de veículos" para pagamento de portagens. Mas isto é só fachada. Já em Junho de 2010, nas vésperas de começarmos a ser obrigados a pagar as auto-estradas gratuitas, o semanário Expresso se referia ao SIEV, em título, como "a empresa fantasma que gere as portagens". "A sociedade pública criada em Maio do ano passado pelo Governo para autorizar, gerir e fiscalizar todo o sistema de chips de matrículas e de portagens nas SCUT é uma pequena sala vazia no Paço do Lumiar", escrevia então o jornalista Micael Pereira.
E pouco deve ter mudado desde então. O site do SIEV, tal como naquela altura, continua "sem um número de telefone para onde se possa ligar" ou sem nomes de directores a quem nos possamos dirigir. É um serviço secreto. Há apenas uma "morada provisória" e um endereço de e-mail que, como se verá a seguir, também não serve para nada.
Há quase meio ano que me dirijo ao SIEV, por e-mail, solicitando uma simples informação. Tão simples, que a resposta até pode ser resumida a um sim ou a um não. Fiz o primeiro contacto no dia 5 de Abril de 2011 e procedi ao reenvio da minha missiva a 14 de Abril, 5 de Maio, 2 de Junho, 5 de Julho, 22 de Julho, 1 de Agosto, 7 de Agosto, 16 de Agosto, 22 de Agosto, 29 de Agosto, 5 de Setembro, 12 de Setembro e hoje. Sim, há dois meses que contacto o SIEV todas as segundas-feiras. Contacto, é uma forma de dizer, porque fico sempre a falar sozinho. O fantasma do SIEV não se digna sequer acusar a recepção dos meus e-mails ou mandar-me bater a outra porta.
Eu e o SIEV estamos, portanto, praticamente a festejar o nosso primeiro meio aniversário. Se vou desistir? Não! Se este é o texto da minha capitulação? Não! De hoje a oito há mais.
Cá para mim andas a ver se arranjas namoro...
ResponderEliminar... não correspondido, na verdadeira acepção da palavra, que são duas.
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